Investigadores da Academia Chinesa de Ciências desenvolveram uma nova variedade de tomate, mais compacta e produtiva, ideal para cultivo em sistemas de agricultura vertical.
A agricultura vertical é uma solução inovadora e sustentável para a produção de alimentos em ambientes urbanos, mas enfrenta ainda desafios importantes, como o elevado consumo energético e a escassez de variedades de plantas adaptadas ao cultivo em interior.
Para responder a estas limitações, uma equipa de cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS) recorreu a técnicas de edição genómica para criar um novo germoplasma de tomate, especialmente optimizado para este tipo de produção. O estudo foi publicado na revista Journal of Integrative Plant Biology.
Os investigadores combinaram o gene homólogo GA20ox, utilizado durante a Revolução Verde, com os genes SPeSP5G, conhecidos por controlar a floração, desenvolvendo assim um módulo molecular destinado a transformar a agricultura vertical.
Através da edição genómica, os cientistas desligaram o gene SlGA20ox1, responsável pelo crescimento dos tomates, o que resultou numa planta com uma arquitectura mais compacta, com caules mais curtos e copas reduzidas. Posteriormente, ao combinar esta modificação com os genes SPe SP5G, conseguiram criar plantas ainda mais pequenas, com uma redução de 85% na ocupação de espaço, um ciclo de colheita 16% mais curto e um aumento de produtividade de 180% em sistemas comerciais de agricultura vertical.
Estes avanços representam um passo importante para tornar a agricultura vertical mais eficiente e economicamente viável, contribuindo para soluções sustentáveis de produção alimentar, sobretudo em áreas urbanas.
Mais informações disponíveis no site oficial da Academia Chinesa de Ciências.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.