Numa pequena queijaria de 20 metros quadrados, Fábio e Ana preservam o conhecimento passado de geração em geração. Já existem planos para o negócio crescer. E a família também.
A paisagem pintada de um verde garrido, entremeada por grandes blocos graníticos do tamanho de casas, vai denunciando que estamos na Beira Alta. Pequenos rebanhos vão pontuando prados vistosos, no concelho de Fornos de Algodres, a caminho da aldeia da Matança. Esta foi a terra que viu nascer Fábio Gerardo, mas não o viu crescer, isso aconteceu em Lisboa. Como muitos antes dele, os pais de Fábio decidiram ainda jovens rumar à capital face à falta de alternativas e a um destino quase certo de labuta no campo.
Esta é uma terra muito marcada pelos que decidem partir. Desde os anos 1950 que Fornos de Algodres perde população de forma contínua. Nos últimos censos, o número de habitantes não chegava aos cinco mil. É um território muito extenso, com pouca indústria e voltado, sobretudo, para o pastoreio, seguindo assim uma longa herança no fabrico de queijo à sombra da Serra da Estrela. Região de queijo onde o saber fazer passa através de gerações e há muito se percebeu que para ter bom queijo é preciso ter bom leite. Não esquecendo a flor de cardo, abundante nesta zona. Considerado como o mais antigo dos queijos portugueses e um dos mais afamados queijos de ovelha de todo o mundo, o Queijo Serra da Estrela é feito com leite de animais das raças “Serra da Estrela” ou “Churra Mondegueira”, consideradas como as de melhor eficiência leiteira.
Contudo, esta região é reconhecida pela qualidade dos seus pastos e o leite de cabra tem sido alvo de aposta de muitos novos produtores. Estes animais, com um índice de produção leiteira superior ao das ovelhas, são apreciados […]