Os avisos do PDR 2020 para a instalação de jovens agricultores são “importantes”, mas “desde que acompanhados de uma estratégia adequada que permita a fixação de jovens em territórios de baixa densidade”.
A afirmação é do presidente da associação Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal. Gonçalo Andrade avisa que “é fundamental que a modernização, revitalização e criação de novas reservas de águas superficiais seja devidamente planeada e executada”, pois só com a “modernização e aumento dá área regada é possível atrair os jovens para territórios de baixa densidade e possibilitar que estes consigam desenvolver uma atividade agrícola competitiva e sustentável”. Sem esta garantia, adverte, “não é possível atrair e fixar jovens agricultores” nesses territórios.Assumindo não ter dados que permitam avaliar se esta dotação financeira é a mais adequada, Gonçalo Andrade tem, no entanto, opinião sobre o que devem, ou não, ser as apostas em termos agrícolas. À “Vida Económica”, Gonçalo Andrade explica que “o mercado é que deve determinar quais as culturas que devemos privilegiar”. E acrescenta: “Depois de sabermos o que o mercado solicita, a janela em que valoriza esses produtos a fim de maximizar o retorno aos produtores, e se temos a logística adequada e competitiva para fazer chegar os nossos produtos ao mercado, é que devemos procurar a geografia, o clima, o solo e a disponibilidade de água para satisfazermos os clientes”. O presidente da Portugal Fresh não tem dúvidas: “há que encontrar o equilíbrio adequado entre a sustentabilidade ambiental, social e económica sempre com um vasto conhecimento e visão de mercado”.A Portugal Fresh, que integra, com a PortugalFoods, o Inovcluster e o Agrocluster, o consórcio Portuguese Agrofood Cluster está em ebulição. Confrontados com as restrições da pandemia da Covid-19, decidiram avançar para a organização da primeira edição do Digital ‘AgriFood Summit Portugal’. O evento decorrerá entre os dias 20 e 23 de janeiro de 2021, numa plataforma online especializada em eventos virtuais e pretende assumir-se como uma “montra” da excelência e qualidade da oferta agroalimentar nacional.O certame 100% digital irá contar com uma centena de expositores, de diversas fileiras do agroalimentar ‘made in Portugal’, e receber compradores dos vários continentes. Será “o ponto de encontro entre procura e oferta, potenciando negócios de uma forma inovadora e integrada e contribuindo para o aumento das exportações agroalimentares”.De janeiro a setembro as exportações cresceram 7% em valor (2,8% em quantidade), atingindo 1246 milhões de euros ,contra 1164 milhões no mesmo período de 2019.