Simão Soares, presidente da P-BIO, considera que o setor agrícola e agroalimentar, à semelhança de outros setores da economia portuguesa, enfrenta múltiplos desafios em termos de sustentabilidade ambiental, mas também sustentabilidade económica e social. A inovação e a capacitação são a chave para agilizar a digitalização.
A P-BIO (Associação Portuguesa de Bioindústria) é uma associação empresarial que agrega as empresas que têm na sua génese o desenvolvimento de soluções biotecnológicas, aplicadas a diversas áreas, como a saúde, a agricultura, a floresta, a alimentação, o mar e a bioindústria propriamente dita. Ao lado do Crédito Agrícola, na atribuição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola, há dois anos, a P-BIO encontra-se altamente empenhada em fomentar o processo de inovação no setor, com um foco muito grande na inovação biotecnológica.
Quais são os principais desafios de sustentabilidade que identifica no setor agrícola?
A necessidade de aumentar a produção para continuar a alimentar a população mundial em crescimento e ao mesmo tempo a necessidade de adaptar as produções aos desafios trazidos pelas alterações climáticas serão os principais desafios de sustentabilidade do setor nos próximos anos. Sabemos que as alterações climáticas trazem desafios específicos ao setor agrícola, como sejam a crescente escassez de água e de solos de boa qualidade para a agricultura, a existência de novas pragas e doenças, a perda de biodiversidade, o aumento do preço da energia e outros fatores de produção, como os fitofármacos, e a necessidade de manter elevados níveis de segurança alimentar. A necessidade de aumentar os rendimentos das explorações, diminuindo a sua “pegada ecológica” passa muito por uma aposta na economia circular, por via da valorização de resíduos e subprodutos que, em muitos casos, ainda não são aproveitados pelos produtores, seja para incorporação nos seus processos produtivos, seja para servir de matéria-prima a outra […]