Ter o selo de “produtor sustentável” significa a aplicação de boas práticas não só na vinha mas também na adega. Significa apostar na biodiversidade, na gestão da água, da energia, dos resíduos e no apoio da comunidade local. E, no futuro – não tão longe quanto se pensa – significa ainda ser mais competitivo. Algo que já pesa nas exportações.
Todos os que trabalham no setor primário, nomeadamente na “terra” são os principais interessados em promover um ambiente sustentável. A vinha, com todo o processo de produção de vinho não foge à questão. Muito pelo contrário. Há muitas práticas que os produtores há muito adotaram e que agora, que começam a surgir programas oficiais de certificação em sustentabilidade, começam a ser valorizadas. Ou diga-se, certificadas.
A Casa Relvas é um bom exemplo. Desde os anos 90 que a empresa adotou um conjunto de práticas que considerou serem vantajosas para a manutenção da biodiversidade da propriedade. E, quando os Vinhos do Alentejo criaram o Programa de Sustentabilidade, foram dos primeiros produtores aderentes. As primeiras avaliações, por volta de 2016, trouxeram uma surpresa. Como revela Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas, apesar de o resultado ter apontado diversos pontos de melhoria, a empresa estava “bastante avançada na avaliação do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo”.
Na Casa Relvas, a água usas por garrafa produzida caiu de cerca 5 litros há 10 anos para cerca de 1,5 litros.
O programa aborda a sustentabilidade em dois aspetos essenciais: na vinha e na adega. Sobre isso Alexandre Relvas aponta que, quer num ponto quer no outro, a herdade incide naquilo que considera ser fundamental – ainda mais nos dias de hoje: a gestão da água. “É uma das áreas onde mais investimos nos últimos anos.” O investimento, afirma, passou por diminuir a quantidade de água usada por garrafa produzida – que há cerca de 10 anos era de cerca 5 litros e hoje diminuiu para 1,5 litros. Como é que isso foi conseguido? Com passos simples, com palestras, com consciencialização, com trocas de mangueiras e com um olhar sempre atento à melhoria. O passo seguinte, foi o de reciclar essa água, por forma a que seja utilizada em régua.
Há uma atividade onde é inevitável que se use muita água: a lavagem do interior das garrafas. Trata-se, explica Alexandre Relvas, de água que não é poluída, mas sim passível de ser usada para lavagens de chão e enxaguamentos.
A gestão da água é uma das áreas onde mais investimos nos últimos anos.
Alexandre Relvas […]