Depois de em outubro ter rumado a Évora, o Roadshow Smart Farm Virtual continuou a sua viagem em direção ao sul do país. Em colaboração com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG), o seminário “Tecnologia e Informação na Agricultura – Smart Farm Virtual” assinalou uma nova paragem, dedicada a debater e partilhar informação sobre sistemas de produção mais sustentáveis. Com o exemplo da plataforma Smart Farm Virtual onde, diariamente, profissionais e público em geral podem aprender mais sobre aquelas que são as melhores práticas para uma agricultura que protege o planeta.
Em debate estiveram temas como a importância da investigação e desenvolvimento de Biopesticidas e a forma como a Agricultura de Conservação protege o solo e promove a biodiversidade, entre muitos outros tópicos para os quais foram indispensáveis os contributos de alguns dos parceiros que compõem o Smart Farm Hub – como a APOSOLO e o InnovPlantProtect – e ainda da DRAPALG, com a apresentação do Projeto PRR AGRO+ EFICIENTE – valorização de recursos genéticos tradicionais, novas culturas e gestão de água de rega em contexto de alterações climáticas..
A abertura da sessão ficou a cargo do Engenheiro Pedro Valadas Monteiro, Diretor Regional da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, que aproveitou o momento para realçar a importância das novas tecnologias e da inovação na agricultura para fazer face às exigências de alimentação de uma população em crescimento exponencial; e da necessidade de sensibilizar a sociedade para o efetivo upgrade tecnológico na produção de alimentos que deve, cada vez mais, ser reconhecido e valorizado.
Para corroborar isso mesmo, a cargo de Pedro Fevereiro, do Diretor Executivo do InnovPlantProtect, ficou a demonstração de algumas das soluções atualmente já existentes (novas formulações, novos biopesticidas e novas técnicas genómicas) e que estão a ser criadas em resposta às necessidades de produção do setor e às condicionantes impostas pelas exigências do Pacto Ecológico Europeu.
Já para Gabriela Cruz, Presidente da APOSOLO, que assumiu a terceira intervenção da sessão, falar de uma agricultura sustentável é falar de Agricultura de Conservação, uma prática agrícola, que promove uma maior infiltração de água no solo, a redução da sua erosão e que é potenciadora da biodiversidade.
Luís Cabrita, representante da DRAP Algarve, apresentou o projeto PRR AGRO+ Eficiente – uma iniciativa de valorização dos recursos genéticos tradicionais, novas culturas e gestão de água de rega em contexto de alterações climáticas – e que, com a ajuda de vários parceiros, tem como objetivos potenciar a valorização da produção de fruteiras tradicionais; disponibilizar tecnologias de produção visando a proteção do solo e a gestão da água de rega aumentando a sua eficiência; e ainda disponibilizar material vegetativo e a realização de ações de promoção de boas práticas agrícolas.
Concluídas as intervenções dos parceiros, foi a vez de João Cardoso, Diretor Executivo da ANIPLA, conduzir a audiência numa viagem pormenorizada pela Smart Farm Virtual. Momento a que se seguiu a abertura da mesa-redonda com os oradores parceiros da Anipla aos quais se juntaram João Bento Inácio, da empresa JBI Group, em representação dos agricultores da região, e Sandra Germano, em representação da DRAPALG. O debate incidiu sobre as atuais exigências do Pacto Ecológico Europeu e desafios que representa para o dia a dia dos profissionais, assim como para a revisão do Regulamento do Uso Sustentável. Sandra Germano, técnica da DRAPALG aproveitou o momento de debate para chamar à atenção para a ausência de soluções que possam combater o aumento contínuo de novas pragas e doenças, que se soma à dificuldade que existe por parte de alguns agricultores de adotar novas tecnologias por via da sua idade ou da incapacidade para utilizar ferramentas digitais – salientando-se, porém, que nas explorações com maior investimento na região algarvia, a utilização de tecnologia de ponta é já uma realidade.
Em representação dos Agricultores da Região, João Bento Inácio, partilhou ainda a sua experiência no cultivo de culturas não tradicionais, como as framboesas e os abacates como forma de se adaptar às exigências dos consumidores, referindo que as tecnologias nestas culturas e noutras mais tradicionais, como a laranja, são uma constante nas suas explorações – demonstrando que é possível e está ao alcance de todos dar um salto tecnológico na produção de alimentos, assim exista investimento.
A mesa-redonda encerrou com uma conclusão unânime: é preciso apostar na investigação e desenvolvimento de novas ferramentas para acompanhar o comboio da União Europeia, que por sua vez tem de viabilizar a aprovação de novas soluções, como novos produtos fitofarmacêuticos e biopesticidas, de forma a não deixar os agricultores sem alternativas face aos problemas que deixam de ter solução. Antes de proibir a União Europeia tem que garantir alternativas e regulamentar a aprovação destas novas soluções.
Pode visitar a Smart Farm Virtual, aqui: https://anipla.com/sfv/
O artigo foi publicado originalmente em Fitosíntese.