O rePLANT, um projeto tecnológico inédito que junta empresas, universidades e centros de investigação para a valorização e defesa da floresta, apresentou hoje no Parque das Serras do Porto, tecnologias inovadoras de defesa e gestão da floresta e do fogo. Entre elas destaca-se a monitorização da floresta através de câmaras óticas, já instaladas naquele espaço natural, que ajudam a simular e prever o comportamento do fogo. Novos sensores digitais e processos para as máquinas florestais e a utilização de robótica nas operações florestais de limpeza das matas foram também apresentados.
Desenvolver a floresta, torná-la mais segura e provar que pessoas e máquinas podem colaborar entre si, criando um ecossistema de maior proteção ativa, é o mote do rePLANT, iniciativa apoiada pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020. O rePLANT pretende ter impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do setor florestal, melhorando a segurança das populações com os sistemas de prevenção e combate aos incêndios, enquanto reduz as ameaças à biodiversidade e aumenta a resiliência da floresta e das infraestruturas. E inovar na valorização da floresta, mais produtiva, eficiente e com menor risco, garantindo a competitividade do setor.
“As tecnologias que hoje apresentamos fazem parte de um leque de resultados e produtos que derivam deste projeto mobilizador que junta o melhor conhecimento técnico-científico das entidades empresariais e não empresariais que formam o rePLANT. Foram três anos de trabalho em prol do futuro da floresta, com soluções que contribuem para o seu desenvolvimento sustentável e para a valorização de toda a cadeia de valor florestal”, explica Carlos Fonseca, Diretor Científico e Tecnológico do CoLAB ForestWISE, que coordena o projeto juntamente com a Navigator Forest Portugal.
Ação de demonstração na Gestão da Floresta
A iniciativa, liderada pela Navigator Forest Portugal e CoLAB ForestWISE, juntou os principais parceiros deste projeto (REN, Universidade de Coimbra, whereness, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Altri, INESC TEC, Trigger, Fravizel) na apresentação de quatro projetos inovadores:
Sistemas de Apoio à monitorização de incêndios florestais
A REN e a Universidade de Coimbra instalaram sistemas de vigilância nos postes da REN localizados no território do Parque das Serras do Porto. Compostos por câmaras óticas e térmicas, estes sistemas têm a função de monitorizar, proteger e antecipar o impacto dos incêndios rurais na floresta, fornecendo imagens em tempo real, com informações sobre a meteorologia e a vegetação. A investigação científica irá permitir simular o comportamento do fogo e monitorizar os incêndios, contribuindo para a resiliência e integridade da floresta e das infraestruturas.
Aplicações Móveis para Inventário Florestal
As boas práticas da gestão florestal implicam a utilização de ferramentas de monitorização que facilitam a tomada de decisões, como, por exemplo, o inventário florestal. A informação recolhida permite saber a quantidade de árvores, o volume e outras informações de carácter quantitativo e qualitativo, que são fundamentais para um planeamento adequado. Estas aplicações móveis podem ser utilizadas tanto por pequenos proprietários e associações florestais, bem como por grandes empresas do setor florestal, possibilitando uma estimativa muito fiável, de baixo custo, simples e rápida.
Integração digital de dados em equipamentos ao longo da cadeia de valor
Durante o projeto desenvolveram-se tecnologias que possibilitam, à distância e de forma automática, a recolha de informação dos equipamentos associados às operações de exploração florestal. Esta informação é importante para toda a cadeia de valor e a sua obtenção implica o registo e comunicação de todos os dados recolhidos pelos sensores das máquinas usadas nas operações florestais. Esta tecnologia poderá permitir, por exemplo, a gestão em tempo real de máquinas florestais, monitorizando a produção, localização e movimentação da operação de corte.
Novos equipamentos para a gestão de combustíveis utilizando robótica
O INESCTEC testou o robot Modular-E em tarefas de limpeza da floresta ao longo das linhas de plantação. Realizaram também alguns testes preliminares no Parque das Serras do Porto com resultados que permitiram tirar conclusões para a melhoria do equipamento. Com uma precisão de registo centimétrico, este equipamento tem a capacidade de detetar áreas que necessitam de limpeza com uma margem de erro mínima. Além disso, é compacto e acessível, tornando-o uma solução prática e económica para a manutenção da floresta.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação. A Gestão da floresta e do fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa); a Gestão do risco (sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra); e Economia circular e cadeias de valor (sob gestão da Navigator Forest Portugal e do ForestWISE). Liderado pela Navigator Forest Portugal, com a coordenação técnico-científica do CoLAB ForestWISE, o rePLANT tem um investimento de 5,6 milhões de euros.
Sobre o rePLANT:
O rePLANT é um projeto mobilizador que junta 20 entidades, entre empresas líderes do setor e entidades não empresariais de I&I, num esforço comum e coordenado para contribuir para uma maior valorização da floresta portuguesa através da implantação de estratégias para gestão integrada da floresta e do fogo. A Floresta portuguesa é fonte de riqueza ambiental, social e económica, mobilizando cerca de 24 mil empresas e sendo responsável por cerca de 100 mil empregos, bem como por 10% das exportações portuguesas. O rePLANT é um projeto cofinanciado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização no âmbito do Programa Operacional Regional de Lisboa, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Fonte: rePLANT