Rentabilidade compensa adesão à certificação
11 de Novembro, 2020
Fundada em 2003, a associação de produtores florestais da região Oeste – APAS Floresta – cedo percebeu os benefícios da certificação da gestão florestal. A associação obteve o certificado FSC® em 2008 e, desde então, tem desenvolvido um trabalho na melhoria da gestão florestal que expandiu para todo o país. O seu grupo de certificação abrange hoje 267 membros, distribuídos desde a zona Centro até ao Algarve. “São 18 560 hectares de floresta certificada, mais de 80% eucalipto”, adianta Rute Santos, coordenadora do Departamento de Certificação Florestal da APAS Floresta.
“Quando olhamos para a floresta, temos de olhar para as regiões e não para o país como um todo. A região do Oeste tem maioritariamente eucalipto e pinho, sendo o eucalipto a principal espécie. A APAS tem defendido o eucalipto, pois este está perfeitamente adaptado à região, o que traduz produtividade e permite aos proprietários rendimento para fazerem uma gestão sustentável dos espaços florestais”, explica a engenheira florestal. “Se a floresta não é rentável, não é possível de ser gerida”, conclui.
O grupo de certificação da Apas Floresta conta 267 membros e abrange 18 560 hectares de floresta certificada, mais de 80% eucalipto.
Com mais de 10 anos de atividade na certificação, Rute Santos reconhece o papel dinamizador que a indústria desenvolveu ultimamente para tornar melhor a floresta nacional. “Temos de ser realistas e perceber que os proprietários aderem à certificação porque existe alguém que lhes paga mais por um produto florestal. A melhoria da gestão vem por acréscimo”, adianta a responsável da APAS Floresta, relevando a vantagem que a indústria oferece ao bonificar o preço da madeira certificada em mais 4 euros por metro cúbico. “A rentabilidade extra que os proprietários certificados obtêm, compensa os custos de adesão à certificação”, ressalva.
Para lá da gestão florestal
A certificação da gestão florestal é ponto essencial, mas é só ponto de partida. Em paralelo, as normas internacionais desenvolveram a Certificação da Cadeia de Custódia, destinada aos prestadores de serviços na floresta, nomeadamente às empresas de compra e comercialização de madeira, que são o elo de ligação entre os produtores e a indústria, mas também entre proprietários e entidades certificadoras.
A experiência de Rute Santos na APAS Floresta valoriza o papel dos madeireiros certificados, como promotores dos sistemas que promovem a gestão florestal, até porque “quando se verificou um aumento do número de empresas certificadas, este coincidiu com o crescimento da área de floresta certificada no país”.
O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.
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