O GEOTA saúda o parecer recentemente emitido pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que recomenda maior prudência no investimento previsto para o setor do gás, validando as preocupações expressas pela associação ambientalista sobre o risco de investimentos desnecessários e incompatíveis com os objetivos climáticos nacionais.
No dia 10 de outubro, a ERSE publicou o seu parecer sobre o Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte, Infraestruturas de Armazenamento e Terminais de GNL (PDIRG 2025), para o período 2026-2035, recomendando uma redução de 43% no investimento até 2030 – de 163,2 milhões de euros para 92,7 milhões de euros – e o adiamento de intervenções não urgentes. A entidade reguladora sublinha ainda que a adaptação da rede a misturas de hidrogénio deve depender da comprovação da viabilidade técnica e económica desses projetos.
Em junho de 2025, o GEOTA já tinha alertado, durante a consulta pública do PDIRG 2025, que o plano apresentado pelo operador era excessivo, ineficiente e desalinhado com a transição energética. A associação defendeu então que a aposta em novas infraestruturas de gás natural é incompatível com a tendência de redução do consumo de gás e com o crescimento acelerado das energias renováveis e da eletrificação da economia.
“O parecer da ERSE vem reforçar a nossa posição: o investimento nas redes de gás deve ser significativamente restringido, garantindo apenas o necessário para satisfazer as necessidades atuais e assegurando uma transição energética justa e eficiente”, afirma Miguel Macias Sequeira, investigador no CENSE NOVA FCT e vice-presidente do GEOTA.
“A crescente eletrificação de edifícios, transportes e indústria, aliada à incerteza sobre o futuro dos gases renováveis, vai reduzir o consumo de gás fóssil tendo em vista o cumprimento dos objetivos de descarbonização de Portugal”, acrescenta Miguel Macias Sequeira.
Esta não é a primeira vez que a ERSE corrobora as posições do GEOTA. Em 2024, o regulador já havia considerado insustentável a longo prazo o investimento proposto pelos 11 operadores das redes de distribuição de gás, que previa 382,1 milhões de euros e 1 380 km de nova rede. Na altura, a ERSE recomendou uma redução entre 28% e 54% no investimento, alertando para o risco de ativos encalhados – uma preocupação que o GEOTA tem vindo a salientar de forma consistente.
O GEOTA reitera a necessidade de orientar os investimentos públicos e privados para soluções energéticas mais sustentáveis, compatíveis com as metas climáticas e com o interesse económico nacional.
Fonte: GEOTA










































