Uma proteína criada a partir do carbono é o objetivo da startup do Reino Unido Deep Branch, que angariou 8 milhões de euros. A empresa pretende assim substituir o uso de soja.
O CO2 e o hidrogénio servem de alimento de um microrganismo que os fermentam, num processo semelhante ao das cervejas, avança o The Guardian. Esse organismo cria uma proteína que pode ser secada e convertida em granulado para alimentar animais.
Esta proteína iria depender da reciclagem de carbono das emissões industriais. Os gases teriam de passar por um processo de purificação química para separar o dióxido de carbono de outros gases, antes de ser utilizado na produção de proteínas.
“Há grandes inconvenientes de sustentabilidade das proteínas que atualmente usamos para produzir produtos animais como filetes de salmão e coxas de frango”, disse o cofundador da Deep Branch, Peter Rowe, “mas podemos produzir uma proteína de alta qualidade sem precisar de terra arável ou peixe “.
Os insetos também tem sido apontados como uma alternativa sustentável rica em proteínas à soja e à farinha de peixe, mas Rowe afirma que a proteína da sua empresa seria mais fácil de produzir em escala e a um custo mais baixo, se fosse localizada perto de fábricas que capturam carbono.
Em declarações ao jornal britânico, o professor de ciências ambientais na Universidade de Exeter e no Laboratório Marinho de Plymouth, Mike Allen, afirma que a empresa não deve ser vista como um projeto que salva o clima. “Qualquer processo que utilize emissões industriais de CO2 é bom em teoria, mas eles terão que ser honestos e realistas sobre quanto CO2 eles estão realmente a remediar, e qual é a sua pegada de carbono global”, explica.
A startup Deep Branch vai iniciar os testes comerciais da sua alimentação em galinhas e salmão até ao verão.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.