Cerca de 1600 pessoas marcaram presença na 8.ª edição da Conferência Internacional de Incêndios Florestais (International Wildland Fire Conference – IWFC), que teve por tema “Governance Principles: Towards an International Framework”.
Nesta conferência, a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) anunciou um quadro de referência para a governança dos incêndios rurais, que recebeu um amplo suporte dos países participantes, como os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália, Nova Zelândia e Espanha, entre outros.
Ao longo de quatros dias, a cidade do Porto recebeu cerca de 200 oradores e especialistas (decisores, gestores operacionais e técnicos) mundiais em prevenção e supressão de incêndios, oriundos de mais de 90 países. Durante estes dias foram vários os momentos de partilha de conhecimento e experiências, em prol de comunidades e nações mais protegidas contra a crescente ameaça dos incêndios.
Para melhor preparar as sociedades para alcançarem os objetivos de desenvolvimento sustentável e garantir menores perdas em incêndios, a comunidade técnica e científica que esteve presente nesta 8.ª IWFC, apoiou o quadro de referência para a governança do fogo (Landscape Fire Governance Framework) que contribui para uma abordagem à escala global para a gestão de incêndios, na qual defendem o envolvimento de governos, empresas, academia e membros da sociedade civil em soluções equilibradas e tecnicamente apoiadas, reforçando a cooperação institucional e internacional.
“Com esta Conferência, pretendemos alcançar um compromisso internacional para as diretrizes de governança que habilitem os países a melhor gerir o risco de incêndio. Estamos todos a trabalhar em conjunto para propor às Nações Unidas uma ferramenta, um mapa de trabalho, com orientações para que todas nações possam contribuir para reduzir o impacto dos incêndios”, salienta Tiago Oliveira, Presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).
Na mensagem que enviou aos participantes da Conferência, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, refere que “é inegável que a floresta é um dos recursos mais valiosos de uma nação. A presença de milhares de especialistas neste evento prova o compromisso de várias nações com a gestão sustentável da floresta. Infelizmente, temos testemunhado, a nível global, o impacto devastador dos incêndios, a nível ambiental e socioeconómico. A governança e a sua compreensiva abordagem é um fator crucial para enfrentar os incêndios. É fundamental que haja um modelo de governança baseado numa visão a longo prazo, que deve perdurar além dos ciclos políticos”.
“Acredito que somos mais fortes se unirmos esforços. Estratégias, políticas e práticas de gestão comuns vão permitir a cada nação ir mais longe e ficar mais forte para enfrentar a ameaça global dos incêndios. Esta conferência trouxe-nos um conjunto tremendo de informações que nos vai permitir gerir as expectativas, as incertezas, e em última instância transformar a governança do fogo”, refere Gordon Sachs, Presidente do Comité Internacional de Ligação (ILC).
8.ª International Wildland Fire Conference em números:
– 1600 participantes
– 200 oradores
– 90 países participantes
– 65 sessões
– 45 expositores
– 12 sponsors
– 2000 m2 de área de exposição
Para a organização do evento, Portugal contou com o apoio de parceiros institucionais, nomeadamente da FAO (Food and Agriculture Organization) das Nações Unidas, OCDE (Organization for Economic Co-operation and Development), Forest Europe (Ministerial Conference on the Protection of Forests in Europe), International Wildland Fire Association e European Forest Institute. Estiveram também presentes os dirigentes da UNEP, do US Forest Service (USA), do IBAMA (Brasil), do Conaf (Chile), Austrália, entre outros.
Fonte: AGIF