O líder da bancada parlamentar do PS nos Açores, Francisco César, defendeu que a região tem de manter fundos comunitários que garantam a sustentabilidade da agricultura e das pescas e o crescimento da aposta em setores inovadores.
“Temos um tipo de agricultura muito mais sustentável do ponto de vista ambiental do que outras e são os nossos agricultores, pelo facto de terem um tipo de estrutura com menos escala, que acabam por ser mais penalizados”, adiantou.
Francisco César falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de encerramento das jornadas parlamentares que o PS promoveu na ilha Terceira, desde segunda-feira, sobre “Os Açores na Europa pós-2020”.
Segundo o líder da bancada parlamentar, a União Europeia tem de manter apoios que permitam aos agricultores açorianos ultrapassar as dificuldades provocadas pelo fim das quotas leiteiras, mas também nas pescas, para assegurar rendimentos justos aos pescadores.
“Nós cumprimos e somos, no âmbito das regiões ultraperiféricas, a região que mais tem preocupações ao nível da sustentabilidade dos recursos e fazemos esse debate anualmente com Bruxelas. Há muitas outras regiões que não o fazem. Essa preocupação tem de ser compensada ao nível do rendimento, não só naquilo que tem a ver com o financiamento, mas também na legislação que nos é imposta”, frisou.
Além dos setores tradicionais, o deputado socialista realçou a necessidade de garantir a manutenção de verbas europeias nas áreas da ciência, inovação e energia, que considerou “prioritárias” para os Açores.
“A Terceira é a zona líder no país ao nível da área de crescimento de novas tecnologias. O projeto do Air Centre é um projeto de investigação que poderá trazer externalidades positivas”, sublinhou, realçando ainda o potencial do projeto Terceira Tech Island, que já fixou oito empresas de programação na ilha Terceira, e o Space Port, que deverá ser criado na ilha de Santa Maria.
Para Francisco César, é através de debates, como o promovido pelo PS nestas jornadas parlamentes, que se combate a abstenção para as eleições europeias, que nos Açores atingiu os 80%, em 2014.
“A verdade é que neste processo específico que já tem dois, três meses, o que nós notamos é que nós já fizemos debates no parlamento, já fizemos jornadas parlamentares, temos estado completamente sozinhos neste debate”, salientou.
O líder da bancada parlamentar do PS apontou culpas ao PSD, alegando que a obrigação do maior partido da oposição é discutir as eleições europeias e, em vez disso, discute as eleições autárquicas e ataca o Partido Socialista.
Francisco César considerou ainda que, o facto de o PSD/Açores não ter um candidato na lista nacional do partido às eleições europeias, não é apenas um problema interno do PSD, porque “fará com que os Açores reduzam a sua representação para metade” no Parlamento Europeu.
“O facto de o PSD/Açores, na sua relação com o PSD nacional, não ter tido a capacidade para garantir aos Açores uma representação parlamentar no Parlamento Europeu, não criou um problema ao PSD, criou um problema aos Açores. Estas são as únicas eleições onde não há rivalidade entre candidatos, o que há é garantir que tivéssemos dois deputados no Parlamento Europeu nas duas maiores famílias políticas”, reforçou.