A APS – Associação de Produtores Queijo Serpa e o Instituto Politécnico de Beja lançam projeto QI 4.0 – Queijo Serpa DOP – A Inteligência Artificial na Produção Artesanal, com o apoio do Programa Promove da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O projeto visa aplicar algoritmos baseados na instrumentação para a monitorização do processo de cura do Queijo Serpa DOP, através da experimentação, testagem de ferramentas digitais e conceitos baseados em “machine learning”. A transferência de conhecimento para o sector dos lacticínios irá permitir uma melhoria qualitativa do produto final, maior garantia da segurança alimentar, menor impacto ambiental e maior sustentabilidade.
O projeto tem como parceira a Quesandaluz, Associação de Queijos Andaluzes, no sul de Espanha, que já está a aplicar a mesma tecnologia nos queijos dos seus produtores.
O objetivo é o desenvolvimento de uma aplicação móvel, que irá funcionar como “assistente virtual”, vocacionado para auxiliar o produtor de queijo na tomada de decisões durante a cura do queijo, tendo por base as características definidas no caderno de encargos do Queijo Serpa DOP, a implementação de princípios assentes na inteligência artificial e a utilização de sensores para a monitorização contínua de parâmetros de qualidade do queijo e condições ambientais.
Esta aplicação visa aperfeiçoar a qualidade do processo de cura, garantindo padrões consistentes, e contribuindo para a eficiência e inovação na indústria queijeira. Este sistema utilizará algoritmos produzidos através do “machine learning”, permitindo a valorização comercial do queijo, redução da produção de queijo com defeito, redução do consumo energético, aumentando assim a eficiência operacional.
Ao alavancar a IA, os produtores de queijo não apenas reduzem perdas, mas também promovem uma produção mais inteligente, adaptável e alinhada aos princípios da economia circular.
Trata-se de queijo artesanal, protegido pela União Europeia, cuja produção está ligada à conservação do Montado, à fixação de pessoas e à dinamização da economia em territórios de Baixa Densidade. O projeto prevê a capacitação e formação dos empresários da região geográfica de produção para a aplicação dessas mesmas técnicas, bem como a constituição de uma rede regional transfronteiriça de partilha de conhecimento entre pares e disseminação de boas práticas ao nível da incorporação da Inteligência Artificial na produção artesanal, que contribuam para um Queijo Inteligente (QI), com elevado valor acrescentado e com elevada capacidade de promoção nos mercados externos.
A rede estabelecerá vínculos com os consumidores. Assim sendo, a qualidade é uma responsabilidade compartilhada, contribuindo para a coesão territorial e com capacidade para atrair e fixar talentos.
Pode saber mais sobre o projeto no seu evento de apresentação, já no próximo dia 22 de fevereiro de 2025, na Feira do Queijo do Alentejo, em Serpa.
Fonte: APS