O projeto ASINIFIRE – Asininos na Prevenção de Incêndios para a Resiliência Ecológica pretende que, através do pastoreio com asininos, sejam implementadas práticas que permitam a gestão dos combustíveis, ao mesmo tempo que são valorizadas as raças autóctones e dinamizadas as zonas rurais transfronteiriças.
Apoiado pelo Programa Promove da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o projeto “burros sapadores”, que se estende até 2028, será implementado na Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica (RBTMI).
Segundo a nota de imprensa, os asininos desempenham “um papel fundamental” na prevenção de incêndios, pois ajudam a manter as florestas e os matos com níveis reduzidos de material combustível.
“O pastoreio do burro na RBTMI gera benefícios económicos através de diversas atividades que incluem a limpeza de matos, produção de estrume, turismo, terapias, entre outros. O projeto ASINIFIRE pretende aumentar estes benefícios ao longo da vida útil do projeto”, afirmou María Villa, coordenadora do projeto.
E continua: “para além de prevenir, os burros vão ainda proteger as aldeias dos incêndios, uma vez que se pretende incidir nos aglomerados urbanos/áreas periurbanas, aportando assim mais resiliência à paisagem da RBTMI”.
De acordo com o comunicado de imprensa, o ASINIFIRE vai contar com a ajuda de asininos das raças de Miranda e Zamorano Leonês, sendo criada uma rede transfronteiriça que contribua para o crescimento e valorização dessas raças.
Neste momento, os parceiros do ASINIFIRE estão a efetuar visitas de campo àquelas que vão ser as áreas experimentais e de demonstração. Depois, vão ser selecionadas e instaladas duas em Espanha e duas em Portugal.
Por conseguinte, o material será instalado no campo, seguido pela introdução dos animais e da monitorização que inclui, entre outras atividades, o recurso a coleiras GPS para rastreamento e maneio dos animais.
A RBTMI abrange uma área com cinco parques naturais (dois em Portugal e três em Espanha), e possui uma grande diversidade de paisagens, desde as montanhas das Serras da Sanabria e Montesinho até às encostas do Douro Internacional. Além disso, detém cerca de 2.000 espécies de plantas vasculares, 200 de aves, 50 de mamíferos e 10 de anfíbios.
O ASINIFIRE é liderado pelo Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança e conta com uma rede de parceiros que inclui a AEPGA – Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino; a ASZAL – Asociación Nacional de Criadores de la Raza Asnal Zamorano-Leonesa; a cooperativa BULEZA; o Município de Vimioso, a ZASNET – Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial e o laboratório colaborativo MORE.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.