A Fenapecuária — Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários manifesta a sua “profunda indignação e preocupação com as declarações do Sr. Reitor da Universidade de Coimbra, repudiando-as veementemente pela falta de rigor e manifesta demagogia que acarretam”.
A direcção da Federação pede que “haja bom senso” e considera que o Governo “tem de assumir um papel activo na moderação deste debate”.
“Deixa-nos preocupados que o Sr. Reitor refira que a carne de vaca será substituída por nutrientes a serem estudados. Esses nutrientes não existem? Serão criados em laboratório? Que garantias terão de oferecer para que o Sr. Reitor os considere mais sustentáveis do que a carne de vaca?”
Constantes ataques
“Infelizmente, o sector pecuário começa a habituar-se aos constantes ataques daqueles que, por ignorância, fanatismo ou populismo, proferem declarações sem a necessária sustentação técnica ou científica”, realça um comunicado da Fenapecuária.
“No entanto, não podemos deixar de mostrar a nossa estupefacção quando este tipo de declarações são oriundas de instituições que têm a obrigação de garantir informação sustentada em factos científicos”, diz Idalino Leão, presidente da Federação.
Defesa do ambiente e da sustentabilidade
“Em defesa do ambiente e da sustentabilidade os cadernos de encargos das cantinas públicas devem, sim, introduzir variáveis como a distância onde são produzidos e consumidos os bens alimentares. Para isso, é importante que os partidos políticos estejam dispostos a fazer as respectivas alterações ao código da contratação pública”, refere o presidente da Fenapecuária.
E acrescenta que “é urgente que se promova o esclarecimento”, apelando ao bom senso de todas as partes, sendo que esta tarefa “cabe a todos e o Governo não deve passar ao lado”.
Nutrientes “criados em laboratório?”
Em tom jocoso, o comunicado da Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários refere ainda que “deixa-nos preocupados que o Sr. Reitor refira que a carne de vaca será substituída por nutrientes a serem estudados. Esses nutrientes não existem? Serão criados em laboratório? Que garantias terão de oferecer para que o Sr. Reitor os considere mais sustentáveis do que a carne de vaca?”
“Acreditamos que a racionalidade e o rigor, próprios de quem dirige uma instituição centenária e de mérito científico, internacionalmente reconhecido por todos acabará por se evidenciar no recuo desta medida, tal como apelamos a que a comunidade científica da Universidade de Coimbra faça prevalecer o uso da razão sobre uma decisão que não tem outro fundamento que não o político/populista”, pode ler-se no mesmo comunicado.
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