A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) acredita que os problemas de água nas regiões do Oeste, Ribatejo e Setúbal podem resolver-se com o aproveitamento da água do Tejo, mas o ‘Projeto Tejo’, apresentado em fevereiro de 2018, ficou de fora do Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030).
De acordo com Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, citado pela Lusa, a falta de acesso à água “constitui um problema” nestas regiões, sendo que, no Oeste, “a principal região produtora de frutas e hortícolas e um dos motores da exportação de produtos agrícolas”, o problema é ainda mais “premente, porque a água que existe já não é suficiente e é preciso garantir no futuro a continuidade da agricultura”.
O presidente da CAP diz que “é fundamental que o Governo olhe para estas regiões como sendo regiões a precisar de um projeto para garantir água à agricultura e pôr-se a engenharia a pensar no assunto e começar-se a ter decisões”, seja, ou não, através do ‘Projeto Tejo’, que prevê o aproveitamento de água do Rio Tejo.
Para Oliveira e Sousa, o facto de o ‘Projeto Tejo’, estimado em 4,5 mil milhões de euros em investimento, não estar contemplado no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030 é motivo de preocupação, já que “era necessário que o projeto estivesse nas intenções de investimento desde já”.
De acordo com a Lusa, fonte oficial do Ministério da Agricultura confirmou já que o ‘Projeto Tejo’ não está incluído no PNI2030, que destina 750 milhões de euros a projetos de regadio no país. Capoulas Santos, ministro da Agricultura, diz a esse respeito que “não existe um projeto, mas uma ideia visionária de um projeto”, motivo pelo qual não o pode incluir nos investimentos a beneficiar dos próximos fundos comunitários “sem que seja estudado”.
À Lusa o Ministério da Agricultura diz ainda que “está a avaliá-lo tecnicamente e a proceder a estudos que permitam saber, em primeiro lugar, se há água” [no futuro] face às alterações climáticas e ao acordo com Espanha na gestão da bacia do Tejo, e depois “ver se o projeto tem viabilidade e os custos/benefícios”.
O ‘Projeto Tejo’ estabelece como meta regar com águas do rio Tejo cerca 300 mil hectares de terrenos agrícolas, dos quais 240 mil no Ribatejo, 40 mil no Oeste e 20 mil em Setúbal.