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– 09-02-2012 |
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Prevenir a nova amea�a dos pomares
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Aristides S�cio, presidente da C�mara Municipal do Cadaval, manifestou, durante a primeira sessão – decorrida nas instala��es da Associa��o de Produtores Agr�colas da Sobrena – que o munic�pio está preocupado com o problema, tendo em conta que "a fruticultura � o motor econ�mico do concelho". Da� que a autarquia tenha entendido envolver-se, "desde a primeira hora, em conjunto com os t�cnicos, na dinamiza��o destas ac��es de esclarecimento, de forma a alertar toda a popula��o", referiu o autarca. "Denunciar que se tem um problema destes na pr�pria explora��o � importante para todos", defende o edil, "e o mais rapidamente poss�vel, para que aquele não atinja as propor��es que teve noutros países".
Trabalhar em conjunto, em prol do sector
Esta iniciativa tem por base o plano estratégico regional para controlo do Fogo Bacteriano (FB). Segundo Delia Fialho, para que a fruticultura continue, � necess�rio trabalhar em conjunto – organizações, t�cnicos, produtores, autarquias e popula��o em geral, sustentando tratar-se de "um problema que j� está na regi�o, sendo por isso uma questáo de tempo até ele chegar ao Cadaval."
De acordo com a engenheira, estas sess�es "servem para esclarecer as pessoas e para as sensibilizar a passar a palavra, porque não queremos que isto se torne uma epidemia nem que afecte a economia do concelho".
Para o FB não h� produtos eficazes, em termos de tratamento. "Ele mata ramos, mata �rvores e mata o pomar", explica a t�cnica, acrescentando: "� a fileira das peras e das ma��s e, enfim, a economia da regi�o que está em causa, caso a doen�a se espalhe em grandes propor��es."
Em termos de impacto econ�mico, a produ��o de pôra Rocha no concelho representa 30% da produ��o nacional. Em termos de impacto social, estima-se que no concelho esta actividade ofere�a mais de 3.300 empregos permanentes. Durante os 15 a 20 dias de colheita, este sector disponibiliza mais de 6 mil empregos sazonais di�rios, injectando, nesse período, acima dos 3 milhões de euros por ano.
Formas de transmissão e sintomas
O FB trata-se de uma doen�a provocada por uma bact�ria patog�nica denominada "Erwinia Amylovora", que ataca exclusivamente plantas, nomeadamente o grupo das "Ros�ceas". Por ser um organismo t�o pequeno, s� se identifica posteriormente, através dos sintomas.
A julgar pela forma de transmissão, trata-se, segundo Delia Fialho, de uma doen�a muito grave. "Pode dizer-se que � a pior doen�a das pereiras", salienta. Pode ainda atacar macieiras, marmeleiros, nespereiras e algumas especies ornamentais. A doen�a pode, por exemplo, ser transmitida através de uma nespereira ou de uma planta ornamental, como as piricantas, e dessas para outro pomar. Da� que se torne necess�rio o arranque de determinadas plantas ornamentais que possa haver em pomares ou em jardins, por constitu�rem um foco da doen�a. De igual modo, tudo o que apare�a no pomar, � necess�rio eliminar rapidamente, para evitar a cont�nua reprodu��o da bact�ria.
A especialista esclarece que os frutos de �rvores atacadas são completamente sãos, embora dessas �rvores normalmente não sobre fruta. "Mas mesmo que a bact�ria esteja presente não nos faz mal, o mal que pode fazer � dar cabo dos nossos pomares e da economia da regi�o", sustenta a engenheira.
Quando entra na planta – mediante aberturas ou feridas – a bact�ria não causa sintomas de imediato. "S� perante boas temperaturas e humidade � que ela come�a a multiplicar-se dentro das plantas. O drama � que o principal s�tio por onde entra � pela flor, e n�s não podemos matar a flor, senão não teremos peras", explica a t�cnica.
Ao entrar na flor, a bact�ria come�a a reproduzir-se dentro da planta e vai descendo. "Se n�s deixarmos, ela vai até � raiz, matando tudo. Os frutos ficam "mumificados" (secos e agarrados � �rvore); os ramos ficam secos e encurvados, enquanto as folhas ficam secas e igualmente agarradas ao ramo", explica.
Quando chega � folha, o mais comum � o "seco" come�ar na nervura da folha e ir-se alastrando. Outro dos sintomas � a exsuda��o – got�culas presentes nos frutos e ramos, geradas pela reprodu��o das bact�rias. "Estas gotas t�m milhões de bact�rias, e � a partir delas que se d� a dispersão no pomar, e desse para os outros", revela D�lia Fialho. O aparecimento de zonas alaranjadas abaixo da epiderme (casca da �rvore) � outro dos sintomas da presença da bact�ria.
A dispersão da bact�ria, sendo muito f�cil, pode dar-se através da chuva, do vento, dos insectos, das aves, da circula��o de pessoas e de m�quinas agr�colas ou ainda através do material vegetativo, para plantação de pomares, que esteja contaminado.
Quanto ao ciclo anual da bact�ria, ela entra em actividade na primavera, ficando adormecida no inverno e até � primavera seguinte, da� que s� a partir da flora��o, com o cair da p�tala, possam verificar-se os primeiros sintomas.
A flora��o tardia, que surge com temperaturas mais elevadas, � outro factor de risco, o que leva � necessidade de ir eliminando essas flores � medida que surgem, por constitu�rem "uma porta de entrada da bact�ria".
A preven��o assume uma import�ncia ainda maior, se considerarmos que a regi�o Oeste possui as condi��es �ptimas para o desenvolvimento da bact�ria, em termos de temperatura e de humidade.
Bact�ria identificada h� mais de 200 anos nos EUA
A bact�ria foi identificada, pela primeira vez, nos Estados Unidos da Am�rica, em 1780. Na Europa, terá surgido na Inglaterra, em 1957, tendo-se espalhado depois por todo o continente. Portugal terá sido mesmo dos �ltimos países onde a doen�a entrou. Pa�ses como a It�lia, a Alemanha, a B�lgica ou a Holanda continuam a ter fruticultura, não obstante h� muitos anos conviverem com a bact�ria. Por contraposi��o, a nível. internacional fica ainda o exemplo de Marrocos, que em apenas dois anos perdeu 60 por cento dos pomares.
Em Portugal, a doen�a terá sido detectada, pela primeira vez, em 2006, na zona de Castelo Branco, enquanto que em Alcoba�a os primeiros sintomas teráo aparecido em 2010, ano a partir do qual o FB terá tomado maiores propor��es.
Boas pr�ticas para o controlo da doen�a
Segundo Delia Fialho, o caminho passa por desenvolver um trabalho conjunto de difusão das boas pr�ticas, existindo j� legisla��o espec�fica sobre Fogo Bacteriano. Como defende a t�cnica, "� preciso cumprir todas as regras para manter a quantidade de bact�ria baixa. Ainda que possa haver anos em que ela não se manifeste, não podemos esquecer que ela vai l� estar sempre, desde que entrou na regi�o. Temos de nos consciencializar disso e � preciso aprendermos a viver com ela, para podermos continuar com a fruticultura."
De entre as boas pr�ticas, a equipa t�cnica preconiza a realiza��o de fertiliza��es equilibradas, a aten��o redobrada na aquisi��o de plantas e a monitoriza��o exaustiva dos pomares. A pr�tica de limpeza dos sintomas deve ser correcta e cautelosa, sob pena de ter o efeito contrário. Por exemplo, o corte do ramo infectado deve ser feito meio metro abaixo do sintoma. "A bact�ria desce com muita rapidez e intensidade na �rvore. Se os sintomas estiverem no tronco, j� não h� corte a fazer, temos de arrancar a �rvore e temos de a queimar completamente ou enterrar", real�a a engenheira. Também a poda dever� ser feita primeiro nos pomares/zonas limpas e s� depois nas zonas infectadas.
Na rotina dos produtores terá Também de entrar o corte da flora��o secund�ria, a limpeza das alfaias e a desinfecção do material de corte dos sintomas. "H� v�rios produtos, mas temos recomendado o am�nio quatern�rio, por ser um dos menos corrosivos para as l�minas", nota Delia Fialho.
Quanto a tratamentos, não existe nenhum produto de boa efic�cia, no mercado, nem "solu��es milagrosas", sendo a utiliza��o do cobre (e outros indutores de resist�ncia), uma das op��es apresentadas para controlo da doen�a.
O grupo de t�cnicos revelou que irá continuar a emitir recomenda��es sobre o que aplicar e em que alturas, ficando dispon�veis para esclarecer todas as pessoas interessadas.
Sess�es prosseguem até meados de Março
A C�mara Municipal do Cadaval está a divulgar, antecipadamente, cada uma das sess�es, a realizar pelas dez freguesias do concelho, até meados de Março.
J� acolheram a iniciativa as freguesias de Peral, Painho e Pero Moniz, seguindo-se a do Cadaval dia 15 de Fevereiro (quarta-feira), pelas 20h, na sede do Ad�o Lobo Sporting Clube (Ad�o Lobo, Cadaval).
Este ciclo sobre Fogo Bacteriano constitui uma parceria da C�mara Municipal do Cadaval com APAS, ANP – Associa��o Nacional de Produtores de P�ra Rocha e organizações de produtores locais.
Fonte: CMCadaval
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