OCDE prevê mais do que duplicar o preço das licenças de carbono que atualmente se situam nos 90 euros por tonelada de CO2 para acelerar rumo à neutralidade carbónica até meados do século.
O planeta conseguiu reduzir em um quinto as emissões de gases com efeito estufa (GEE) na última década, uma redução fortemente potenciada pelos setores abrangidos pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE, ou ETS na sigla em inglês). No entanto, setores como a agricultura e transportes, que não estão cobertos pelo CELE, apresentaram “contribuições mínimas” no mesmo período. Este cenário motivou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a apelar a mais ação, alertando que para acelerar a transição energética e concretizar a neutralidade carbónica até 2050 será necessário mais do que duplicar os preços da tonelada de carbono até 2030, e alargar o mercado aos setores que ainda não estão contemplados.
“São necessárias mais ações em todos os setores, mas sobretudo daqueles que não estão abrangidos pelo CELE, para atingir o ambicioso objetivo de net zero até 2050″, refere a organização num inquérito económico da União Europeia e da zona euro, divulgado esta quarta-feira. Este enumera um conjunto de instrumentos para chegar a este objetivo, entre eles, uma fixação “mais forte” dos preços do carbono, subsídios para novas tecnologias e regulação.
No que toca aos preços do carbono, isto é, o valor das licenças de emissão de dióxido de carbono, a OCDE pede uma “harmonização” antes de um aumento “gradual” até ao final da década, que deverá ser acompanhado de “regulamentação mais rigorosa”, frisando que “a fixação do preço do carbono é a melhor medida e a mais eficaz para reduzir as emissões”.
Segundo as estimativas avançadas pela OCDE, os preços teriam que mais do que duplicar para reduzir […]