Actualmente, existem 361.483 hectares de olival em Portugal, dos quais são 352.404 hectares de olival para azeite (INE, 2019). Apesar de um ligeiro acréscimo nos últimos anos, ainda estamos com uma área total de olival inferior
à área existente no ano 2000, que era de 367.351 ha.
“Com o crescimento esperado, nos próximos 10 anos, Portugal será a maior referência na olivicultura moderna e eficiente do Mundo, e possivelmente o sétimo maior em superfície, e o terceiro maior na produção mundial de azeite, o que não surpreende pelo facto do país já contar com duas empresas que são referências internacionais na produção de azeitona e no embalamento de azeite”. Esta é uma das conclusões do estudo “Alentejo: A Liderar a Olivicultura Moderna Internacional”, apresentado ontem, 26 de Novembro, durante a VI Edição das Jornadas da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul.
O estudo, coordenado pela Consulai, consultora especializada no sector agro-alimentar, e por Juan Vilar – Consultores Estratégicos, acrescenta que “outra particularidade de Portugal, é que é um dos primeiros lugares do planeta onde se inicia a campanha da azeitona, oferecendo ao mercado os primeiros azeites de campanha de elevada qualidade”.
Contributo para o saldo da Balança Comercial
Por outro lado, este trabalho refere que, se considerarmos a fileira do azeite, englobando a produção de azeitona para azeite e a produção de azeite, e considerando o último triénio, obtemos um volume de negócios superior a 620 milhões de euros, o que representa um valor 2,5 vezes superior ao volume de negócios do triénio 2010 a 2012 e cerca de 9% do valor da produção agrícola nacional.
“As exportações nacionais de azeite têm crescido de forma muito marcada nos últimos anos, tendo atingido, em 2017, um valor próximo dos 500 milhões de euros, em comparação com pouco mais de 80 milhões de euros, em 2005, colocando Portugal como 5.º maior exportador mundial de azeite. Para além disso, temos de forma consistente, nos últimos 5 anos, sido capazes de manter níveis de exportação perto das 132.000 toneladas de azeite”, realça o estudo.
O sector do azeite contribui de forma positiva, com um valor de 144,405 milhões de euros, para o saldo da balança do complexo agroalimentar nacional, que registava, em 2017, um valor negativo de -3.460 milhões de euros.
Emprego
O estudo “Alentejo: A Liderar a Olivicultura Moderna Internacional” diz ainda que o emprego relacionado com o sector representa mais de 7 milhões de dias de trabalho em cada campanha, o que equivale ao trabalho de cerca de 32.000 pessoas a tempo inteiro, apesar da sazonalidade de muitas das tarefas realizadas na cadeia de valor.
De acordo com o INE, este emprego está distribuído 79% na olivicultura, 12% na produção de azeite, 7% na comercialização e 2% na refinação. É de assinalar o crescimento do emprego na olivicultura nos últimos anos.
Olival no Alentejo
Quanto ao olival alentejano,diz o estudo que passou de 172 mil hectares, em 2007, para 188.500 hectares, em 2018, o que representa um crescimento de cerca de 10%.
Há 20 anos, o olival moderno representava apenas 6.000 hectares; hoje em dia, representa 82% do total da área de olival, com a incorporação de novas áreas de regadio, sobretudo de Alqueva, e da transformação de olivais tradicionais em olivais modernos.
Esta alteração de tipologia de olival permitiu afirmar o Alentejo como a região do País com maior produção de azeitona tendo representado, em 2018, mais de 75% do total de azeitona produzida a nível nacional (em 1999, representava cerca de 25% do total nacional).
Esta alteração da tipologia de olival, com a instalação de olivais modernos, e eficientes, de regadio, permitiu aumentar a produtividade mais de 6 vezes nos últimos 18 anos, estando a média regional perto das 3 toneladas de azeitona por hectare.
No entanto, nos olivais modernos instalados, em plena produção, obtêm-se produtividades médias de 10 a 12 toneladas por hectare, pelo que se espera um crescimento muito acentuado da produtividade regional (e, por arrasto, da produtividade nacional) de azeitona. Muitos dos olivais recentemente instalados ainda não atingiram a plena produção.
Agricultura e Mar Actual