Tem meio século, mas apresenta-se jovem, estrutura firme, complexidade harmonizada e agradável na boca. Os lisboetas conheceram-no esta semana. É o Porto Tawny 50 anos da Real Companhia Velha.
A Real Companhia Velha apresentou esta semana ao público o mais recente “filho da casa”. Tem a marca da Quinta das Carvalhas, de onde são também as uvas que lhe dão vida, e chama-se Porto Tawny 50 anos, um néctar majestosamente revelado num hotel, em Lisboa, de sabor jovem, estrutura firme, complexidade muito bem harmonizada e, sobretudo, muito agradável na boca.
A “agradibilidade” é a nuance especial que o presidente e master blender da Real Companhia Velha, Pedro Silva Reis, quer dar ao tawny criado a partir de uma se leção de vinhos do Porto da década de 1960, a base, a que juntou uma outra seleção da década de 1970 e, tipo cereja em cima do bolo, uma pequena percentagem de um vinho da década de 1920. “Os mais novos dão-lhe o vigor, os mais velhos dão-lhe a estrutura”, explicou o anfitrião, experiente na arte de lotear, com mais de 40 anos nestas andanças, tendo destacado, em conversa com o NOVO, o lado “agradável” do néctar acabado de ser apresentado. “A pessoa tem de querer mais. O vinho até pode ser muito bom, mas se, após uma primeira abordagem, a pessoa poisa o copo e vira as costas, é mau sinal”, disse Pedro Silva Reis.
Foi o próprio mestre provador que nos explicou: “Dotado de uma bela cor âmbar, com ligeiras nuances avermelhadas, típicas de um tawny muito velho, este lote de Vinho do Porto 50 anos revela no nariz refinadas notas de casco de carvalho nobre, verniz, folha de cedro e noz-moscada, num conjunto em que se evidencia uma certa frescura cídrica. Na prova demonstra uma estrutura firme, harmoniosamente combinada, com um largo espetro de sabores de frutos secos e alcaçuz, num final muito longo e persistente.”
Segundo Pedro Silva Reis, “os tawnies com indicação de idade da Quinta das Carvalhas – 20 anos, 30 anos, 40 anos e agora 50 anos, sendo esta última a mais recente categoria aprovada pela entidade reguladora, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) – são lotes constituídos a partir do vasto espólio de vinhos velhos guardados na quinta, envelhecidos em cascos de carvalho nas caves de Gaia”.
O espólio que permite agora criar novos tawnies é uma herança do passado. […]