A propósito do Dia Mundial da Água, assinalado hoje, o professor universitário defende ser preciso rever a gestão dos recursos hídricos no país e aponta soluções de futuro. Em média, cada português gasta 184 litros por dia.
Em tempo de seca, soam os alarmes e a escassez de água ocupa a ordem do dia. Porém, passado o período de crise, mais ou menos prolongado, o tema volta a cair no esquecimento. Para Joaquim Poças Martins, a gestão inadequada e ineficiente dos recursos hídricos no país deve-se a “uma ilusão”. “Há uma ilusão de abundância de água numa realidade de escassez. Como temos essa ilusão, não gerimos e, como não gerimos, depois falta água”, diz o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Em entrevista ao DN a propósito do Dia Mundial da Água, assinalado hoje identifica duas áreas em que é preciso refletir: a distribuição pelas entidades gestoras e o consumo através da agricultura.[…]
Agricultura mais eficiente
Para o presidente da APRH, o setor agrícola tem feito um caminho relevante no que diz respeito à utilização mais ponderada dos recursos hídricos na produção de alimentos. Aliás, Carlos Coelho, que falou com o DN à margem do 16.º Congresso da Água que se realiza até sexta-feira em Lisboa, refere que este é um dos temas que gera maior atividade de reflexão e debate na associação. “Temos a agricultura recorrentemente nas nossas mesas-redondas. Creio que o papel da APRH tem sido bastante influente”, considera.
Poças Martins, por sua vez, embora reconheça que “já se gastou mais água em Portugal”, vê espaço para melhorias na agricultura. “A agricultura é essencial […]