Os agricultores colheram este ano quase 116 mil toneladas de pera rocha do Oeste, produção semelhante à do ano passado e metade da registada em 2021, divulgou hoje a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).
“A colheita de pera rocha em 2025 dos associados da ANP foi de 115.990 toneladas, valor semelhante a 2024 e cerca de metade da colheita registada em 2021”, referiu a ANP em comunicado hoje divulgado.
“Pelo quarto ano consecutivo, regista-se produção aquém do potencial produtivo, devido às condições climáticas desfavoráveis (nomeadamente precipitação e temperatura na floração) e forte incidência do fogo bacteriano, com impactos inéditos na produção e nos custos de limpeza”, justificou a associação sediada no Cadaval.
As quase 116 mil toneladas correspondem a 89% da produção nacional, estimada em 129 mil toneladas.
Além da quebra na produção, 60% da fruta colhida apresenta calibres baixos.
A pera rocha colhida em 2024 foi de 114.759 toneladas de fruta, o que permitiu ao setor faturar 150 milhões de euros (ME), dos quais 85 ME com as exportações e os restantes no mercado nacional.
A pera rocha, com uma área de cultivo superior a 11 mil hectares, é em 70% da produção exportada para 20 países, com três destinos principais a ocuparem o pódio: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).
Criada em 1993, a ANP representa cerca de 89% dos produtores e da produção de pera rocha em Portugal.
Em 2003, a Pera Rocha do Oeste foi reconhecida pela Comissão Europeia como produto de Denominação de Origem Protegida.
A produção tem vindo a diminuir nos últimos anos, tendo a de 2023 (118 mil toneladas) sido a segunda pior desde 2012, segundo dados disponibilizados pela ANP.
Também a área de cultivo tem vindo a diminuir, passando de 11.325 hectares em 2020 para 10.825 em 2023. Os principais concelhos produtores são Bombarral, Cadaval, Óbidos, Caldas da Rainha, Lourinha, Mafra e Torres Vedras, nos distritos de Leiria e Lisboa.
Para essa quebra, têm vindo a contribuir as alterações climáticas e doenças, das quais as principais são o fogo bacteriano e a estenfiliose, que deixaram de poder ser combatidas com produtos fitofarmacêuticos retirados pela União Europeia.
O setor e a investigação científica estão a trabalhar não só na clonagem de plantas mais resistentes, mas também em soluções de combate às doenças.