O PCP questionou hoje o Governo sobre as matas nacionais de Coimbra, onde critica o plano de recuperação para a Mata do Choupal por ser “muito escasso” e alerta para a deterioração da Mata de Vale da Canas.
No requerimento dirigido ao Ministério do Ambiente e Ação Climática sobre a Mata do Choupal, as deputadas do PCP Alma Rivera e Ana Mesquita alertam que o plano recentemente anunciado de recuperação das zonas ali afetadas pela tempestade “Leslie”, em 2018, contempla um valor (98.100 euros) “muito escasso para todas as necessidades conhecidas de recuperação”.
“A Mata Nacional do Choupal apresenta ainda outras necessidades de recuperação para além das que estão identificadas como sendo resultado da tempestade referida”, lê-se no documento, enviado hoje à agência Lusa, onde as deputadas perguntam à tutela se está prevista alguma outra obra de recuperação assim como onde pode ser consultado o plano.
O plano, recorda o PCP, prevê a recuperação de caminhos, a plantação de folhosas que não foram detalhadas nem descritas, e o corte de árvores, “não se percebendo se se trata de espécimes afetados pela tempestade ou se tal abrange também árvores sãs”.
Nesse sentido, as deputadas comunistas questionam o ministério sobre se a altura para as operações será a melhor quando decorre “o período de acasalamento e nidificação das aves”, entre fevereiro e junho, que tipo de árvores vão ser abatidas e que espécies vão ser plantadas.
Já no requerimento sobre a Mata de Vale da Canas, as mesmas deputadas alertam para o “preocupante estado de deterioração” daquela zona que ocupa 16 hectares, sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“O estado geral da mata apresenta sinais preocupantes de abandono e deterioração. Algumas das estruturas existentes estão ao abandono e completamente degradadas”, lê-se no documento.
O PCP aponta para casos como a Casa de Fogo, com o telhado semidestruído, o abandono do jardim de entrada da mata, inexistência de sinalização ou mapas, ou a ausência de qualquer sinalética para a localização da Árvore Monumental, um eucalipto de 73 metros tido como a mais alta árvore da Europa.
No requerimento, as deputadas questionam a tutela sobre se está prevista a reposição ou instalação de sinalética, a recuperação da Casa do Fogo e do jardim de entrada e a melhoria dos caminhos, assim como alguma ação para a redução da carga de combustível na Mata de Vale de Canas, que em 2005 foi afetada por um incêndio.