O jornal britânico já tinha denunciado a semana passada a exploração de trabalhadores agrícolas em Odemira, que recebem menos do salário mínimo pela colheita de frutos vermelhos. Esta segunda-feira, partilhou mais histórias de miséria de pessoas que deixaram tudo para trás em busca de uma vida digna.
Rahul. Sagar. Tantos outros. Dezenas de homens e mulheres, maioritariamente provenientes do sul da Ásia, vieram para Portugal em busca de melhores condições de vida, bem como de um estatuto legal e cidadania, que depende de um emprego a tempo inteiro e pagamento de impostos. O “The Guardian” descreve a miséria em que vivem estas pessoas, com nomes fictícios ou em completo anonimato, que apanham framboesas em Odemira.
Durante o dia, trabalham dezenas de horas que não são contabilizadas nas suas folhas de vencimento. À noite, amontoam-se às dúzias em pequenos chalés, dormem em colchões sem roupa de cama onde quer que haja espaço (mesmo que signifique o chão da cozinha); em beliches em garagens com correntes de ar, infestados de pulgas nalguns casos; ou em contentores convertidos em dormitórios. Ao final do mês, todos recebem menos que o salário mínimo.
“Não conheço ninguém aqui que se importe comigo”, diz Rahul, que arriscou a vida para entrar na Europa. Assegura que voltaria para a […]