É necessário olhar com atenção para ações locais a decorrer em Lisboa e no Porto, onde a academia e a sociedade aprendem com a natureza para garantir os princípios de uma paisagem para o nosso futuro coletivo.
A paisagem tem vindo a ser reconhecida como um valor natural e cultural identitário de uma comunidade. A Convenção Europeia da Paisagem (CEP) designa “paisagem” como uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo caráter resulta da ação e da interação de fatores naturais e humanos. Para o arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, a paisagem é tudo, “é um diagnóstico de uma organização humana do território. É uma construção artificial, baseada nas leis da Natureza”.
A construção da paisagem humanizada contemporânea faz-se cada vez mais com dinâmicas urbanas e paisagísticas geradas em abordagens inovadoras e integradoras, com o recurso a Soluções Baseadas na Natureza (Nature-Based Solutions).
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente e a Comissão Europeia definem-nas como importantes para a agenda global de desenvolvimento sustentável, porque oferecem o potencial para enfrentar, de forma eficiente, os desafios relacionados com as alterações climáticas, insegurança alimentar e hídrica, impactos e ameaças à saúde e ao bem-estar humano, ao mesmo tempo que reduzem a degradação ambiental […]