A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) assinala o Dia do Médico Veterinário e o Dia do Animal, que se celebram a 4 de outubro, com a apresentação do estudo “Medicina Veterinária na Região Autónoma dos Açores – impacto socioeconómico e estudo prospetivo”. O estudo tem como objetivo caracterizar o setor da medicina veterinária na Região, nomeadamente traçando o perfil do médico veterinário que atua nos Açores, estimando o seu impacto económico e social no setor, bem como identificando as principais tendências, oportunidades e desafios.
A apresentação é organizada pelo Conselho Regional dos Açores da OMV, e decorrerá no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada, pelas 18h30. Este evento contará com a presença do Secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Ventura, e do Bastonário da OMV, Jorge Cid, entre outras individualidades.
Com cerca de 7105 Médicos Veterinários no ativo em Portugal, a grande maioria do género feminino (66,28%), o setor tem vindo a observar um crescimento de Médicos Veterinários, que em 2022, eram apenas 4413 a trabalhar em Portugal.
A profissão de Médico Veterinário, cada vez mais relevante em todo o mundo, e com uma evolução significativa em Portugal nos últimos 15 anos, apresenta também cada vez mais dificuldades nas condições de trabalho.
Neste contexto, a prevenção de problemas de saúde mental tem sido um dos objetivos da OMV que criou este ano um programa de apoio à saúde mental com o objetivo de promover o bem-estar dos Médicos Veterinários.
De acordo com os resultados deste programa, até à data, as preocupações pessoais de ansiedade/pânico, stress e tristeza (low mood) são as mais comuns junto dos membros da OMV que recorreram de maio até setembro ao programa de apoio. 44% dos casos provêm de membros entre os 18 e os 30 anos, seguem-se os membros com idades entre os 41 e os 50, com 25% dos casos. Cerca de 56% dos casos são provenientes de membros do género feminino e apenas 25% dos casos são provenientes de membros do género masculino.
Jorge Cid, Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, acrescenta: “O excesso das horas de trabalho, a privação de sono, a legislação desadequada associada à empregabilidade, e as questões relacionadas com o sofrimento e eventos traumáticos, são as principais dificuldades sentidas no dia-a-dia dos Médicos Veterinários. Estes fatores estão a contribuir para o surgimento de problemas e doenças associadas que contribuem para diminuir a produtividade e elevar os custos associados e de turnover, causando impacto na saúde mental dos Médicos Veterinários”.
Para assinalar o Dia Mundial do Médico Veterinário, a OMV destaca ainda o papel que os profissionais de Medicina Veterinária desempenham na Saúde Pública, no controlo e prevenção de zoonoses, doenças que se podem propagar entre humanos e animais. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA – fundado como OIE), existem mais de 200 tipos de zoonoses e 60% dos agentes patogénicos que causam doenças humanas são originários de animais domésticos ou animais selvagens. A OMSA estima ainda que 75% dos agentes patogénicos humanos emergentes são de origem animal (ébola, HIV e influenza); 80% dos agentes patogénicos que são utilizados em bioterrorismo têm origem em animais. Além destes dados, das 5 novas doenças que aparecem anualmente, 3 são de origem animal.
“Neste contexto, a abordagem “Uma Só Saúde”, que reúne Médicos Veterinários, é urgente e necessária para a implementação bem-sucedida de estratégias para controlar importantes doenças zoonóticas emergentes e reemergentes”, refere Jorge Cid.
Celebrando simultaneamente a 4 de outubro, o Dia Mundial do Animal, esta é uma data para assinalar não só os problemas associados aos animais domésticos como às espécies ameaçadas de extinção, pela devastação ambiental ou falta de proteção, e sensibilizar para o papel vital desempenhado pelos Médicos Veterinários nos vários campos de atuação, tais como prevenção de doenças, investigação científica e segurança alimentar.
Fonte: OMV