Segundo o comunicado divulgado na página oficial das Nações Unidas na internet, o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, afirmou que o apoio financeiro é destinado a 13 milhões de pessoas na Etiópia, Somália, Quénia, Djibuti e Eritreia que estão a ser afetadas pela ‘nuvem’ de gafanhotos.
Segundo a nota da ONU, “uma nuvem [de gafanhotos] de até 2,4 mil quilómetros quadrados foi observada no nordeste do Quénia” e estima-se que “os cerca de 200 mil milhões de insetos observados” consigam comer o equivalente para “alimentar 84 milhões de pessoas” num dia.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla inglesa) pediu 70 milhões de dólares (mais de 64 milhões de euros), em 30 de janeiro, para mobilizar urgentemente a ajuda necessária às populações do Quénia, Somália e Etiópia, prossegue o comunicado.
O valor foi, entretanto, “atualizada para 76 milhões de dólares [mais de 69 milhões de euros] para cobrir as necessidades crescentes no Djibuti e na Eritreia”.
Contudo, o apelo para o apoio financeiro não deverá ficar por aqui, uma vez que o avanço da praga de gafanhotos “coloca outras cerca de seis milhões” de pessoas “em grande risco de passar fome no Sudão do Sul e no Uganda”.
Mark Lowcock considera urgente a resposta a este apelo, uma vez que os “países afetados com a situação já estão sobrecarregados”.
A praga de gafanhotos que assola o Corno de África foi declarada “emergência nacional” na Somália, onde estes insetos têm devastado o aprovisionamento alimentar de uma das regiões mais pobres do mundo, anunciou em 02 de fevereiro o Ministério da Agricultura do país.
A Somália foi o primeiro país da região a mobilizar-se para combater a praga de gafanhotos, cujo surgimento, segundo os especialistas, se deve às variações climáticas extremas.
Nuvens espessas de gafanhotos famintos têm se espalhado da Etiópia e Somália para o Quénia, onde a agência das FAO estimou no final de janeiro que apenas uma dessa nuvem cobriria uma área de 2.400 quilómetros quadrados, o tamanho do Luxemburgo.
Entretanto, milhões de gafanhotos que atingem parte do Quénia, na pior praga dos últimos 70 anos, estão a ser combatidos por aviões que lançam pesticidas, o único meio efetivo de controlo, segundo os especialistas.
Trata-se de um trabalho desafiante, especialmente em partes remotas do Quénia, onde não existe rede de telemóvel e as equipas em terra não conseguem comunicar facilmente coordenadas ao pessoal de voo.
Cinco aviões estão atualmente a dispersar ‘spray’ no Quénia e outras autoridades estão a tentar impedir os gafanhotos de se espalharem aos vizinhos Uganda e Sudão do Sul.
As Nações Unidas afirmaram que são necessários imediatamente 76 milhões de dólares para desenvolver tais esforços no leste de África.
Especialistas avisaram que sem controlo, o número de gafanhotos pode crescer 500 vezes até junho, quando o tempo mais seco poderá ajudar a controlar o surto.
AFE (ALU/AH) // SR
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