A transição para uma agricultura mais tecnológica e sustentável exige apoio e demonstração num contexto de proximidade e não requer obrigatoriamente aumento de custos
Até 2040, Portugal poderá não ter água suficiente para fazer face às necessidades do país. Essa é já uma realidade para todos os agricultores que têm assistido ao aumento da temperatura e a secas cada vez mais severas e prolongadas. Já mais de metade dos agricultores portugueses, em particular no Alentejo e no Algarve, sentem que há menos água disponível e identificam a falta de água como uma das principais preocupações no futuro próximo.
Esta é uma das conclusões do estudo “O Uso da Água em Portugal”, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian ao C-Lab (Consumer Intelligence Lab). O estudo (disponível em gulbenkian.pt), centra-se naquele que é o maior utilizador da água, o setor agrícola, e resultou de um trabalho exaustivo – envolveu conversas, visitas de campo e inquéritos a mais de 500 agricultores nacionais – a partir do qual foi elaborado um retrato dos desafios e das oportunidades, sentidas por quem está no terreno, no que se refere a um uso da água mais eficiente.
Filipa Saldanha, Subdiretora do Programa da Gulbenkian para o Desenvolvimento Sustentável, assegura que apesar dos desafios, o setor agrícola nacional tem dado passos importantes, em particular na forma como se cultiva em regadio. Os agricultores são, afinal, os principais interessados em encontrar