Nos últimos anos, a The Navigator Company tem investido na mecanização da silvicultura, em conjunto com parceiros nacionais.
A necessidade de otimizar as operações, garantindo maior produtividade, e a cada vez maior dificuldade na contratação de mão de obra, colocaram a mecanização na ordem do dia da silvicultura. Atenta a esta realidade, a The Navigator Company tem vindo a desenvolver, em conjunto com parceiros tecnológicos nacionais, novas ferramentas e tecnologias que respondem aos atuais desafios dos produtores florestais. “A nossa preocupação tem sido a eficiência da operação, uma maior proteção ambiental e a segurança no trabalho”, refere José Luís Carvalho, responsável do departamento de Inovação e Fomento Florestal da Navigator.
Na fase da preparação do terreno, “há uma procura de fazer uma mobilização parcial, menos intensiva e mais adequada à zona onde vai ser colocada a planta”, explica este responsável. O objetivo é manter a estrutura e a macroporosidade do solo, de forma a garantir maior infiltração de água e menor perda de solo por erosão, em particular da sua matéria orgânica, predominante nas camadas superficiais. Potencia-se, assim, o maior desenvolvimento das árvores e também o sequestro de carbono pelas plantas e o seu armazenamento no solo. Neste âmbito, em 2019, a Navigator começou a trabalhar em novas alfaias, que chegaram ao terreno após dois anos de ensaios.
A The Navigator Company tem vindo a desenvolver, em conjunto com parceiros tecnológicos nacionais, novas ferramentas que respondem aos atuais desafios dos produtores florestais.
A ARG (acrónimo para Alfaia Ripper Grade), que pode ver na foto acima, resultou de um trabalho em parceria com a Fravizel, ao abrigo do projeto RePlant. A alfaia tem a mais-valia de realizar ao mesmo tempo duas tarefas que eram feitas separadamente: a ripagem e a gradagem. Um trabalho de precisão que, como explica José Luís Carvalho, é conseguido pela cada vez maior sensorização dos equipamentos, quer seja para definir a profundidade do ripper ou para recolher dados de geolocalização que, em fases posteriores do trabalho, irão permitir que outra máquina “saiba” com exatidão o local onde deve plantar ou colocar adubo.
Manter a floresta já plantada
As operações seguintes, de manutenção dos povoamentos florestais, são, por regra, demoradas e necessitam de muita mão de obra. É o caso da sacha, que se realiza no fim do inverno, para controlar a vegetação que compete com as jovens árvores, pela a água e pelos nutrientes. Com o intuito de libertar trabalhadores para outras tarefas nesta fase do ano e garantir maior rapidez, oportunidade e eficiência das operações, a Navigator desenvolveu, em conjunto com um dos seus prestadores de serviços, um sachador mecânico produzido pela Galucho. A fase de testes decorreu nas propriedades da companhia e de privados. “O sachador tem uma espécie de ‘U’ invertido, que passa por cima da linha das árvores, e um disco de cada lado, controlado hidraulicamente, conforme o tamanho das árvores e o tipo de erva, que vai a rasgar o solo e empurra a terra para cima da planta”, refere José Rafael, responsável pelo projeto na Navigator.
A adubação de manutenção é outra das operações que é imprescindível para a rentabilidade dos povoamentos. “Boa parte da adubação ainda era feita manualmente, o que coloca alguns problemas, não apenas pela falta de mão de obra, mas também por questões de saúde, mesmo quando é usado equipamento de proteção”, alerta José Luís Carvalho.
A ARG (acrónimo para Alfaia Ripper Grade) tem a mais-valia de realizar ao mesmo tempo duas tarefas que eram feitas separadamente: a ripagem e a gradagem.
Ciente desta realidade, a Navigator inspirou-se nos adubadores pendulares e com duplo disco já usados na agricultura e adaptou-os ao meio florestal. “São modelos que permitem fazer a adubação em faixas ou na totalidade da área, de acordo com o tipo de terreno e as necessidades do povoamento existente. No caso da adubação em faixas, este tipo de equipamento coloca o adubo em duas linhas de árvores em simultâneo, em cobertura e debaixo da copa das árvores, na zona de maior densidade de raízes”, explica José Rafael. Por dia, estes equipamentos podem adubar 20 a 40 hectares com grande eficiência.
Artigo publicado originalmente na revista n.º 12, de dezembro de 2023, que pode descarregar aqui.
O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.