Universidade do Porto criou uma ferramenta que mapeia espécies em risco no Parque de Montesinho. Este sistema de alerta precoce vai permitir identificar alterações na qualidade dos habitats.
Cientistas da Universidade do Porto criaram uma ferramenta capaz de mapear as espécies em risco de extinção no Parque Natural de Montesinho, na região de Trás-os-Montes. Trata-se de um novo sistema de informação geográfica online (WebSIG) que promete funcionar como um alerta precoce, identificando alterações na qualidade dos habitat de todas as espécies registadas na área de protecção especial Montesinho/Nogueira, que integra a Rede Natura 2000.
“Estamos agora a determinar por métodos matemáticos quais são as preferências de cada espécie em termos de habitat. Na área da conservação, este trabalho é feito com frequência usando dados climáticos – dados de 1950 a 2000, por exemplo. Mas nós vamos analisar as preferências das espécies ao longo do tempo recorrendo a imagens de satélite”, explica ao PÚBLICO Neftalí Sillero, investigador responsável por este projecto da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
A primeira etapa, que consistia em mapear a distribuição das espécies, já está concluída. Quem clicar hoje no mapa interactivo já pode perceber onde há ocorrências do lobo-ibérico, por exemplo. Para isso, basta seleccionar o grupo taxonómico (mamíferos, no caso), o género (Canis) e, por fim, a espécie (Canis lupus). Esta cartografia digital cobre não só mamíferos (42, no total), mas também 13 anfíbios, 20 répteis, 153 aves e 1058 plantas vasculares.
O próximo passo consiste em analisar as tendências dos habitat para cada espécie ao longo […]