O novo ministro do Planeamento, Nelson de Souza, vai antecipar o calendário e esgotar todos os fundos europeus do atual quadro comunitário PT2020 em 2019. O objetivo foi assumido pelo governante em entrevista ao Expresso (acesso pago), neste sábado, onde sobre o futuro garante ainda que o Governo está a fazer tudo para mitigar o corte de 7% proposto pela Comissão Europeia para o próximo quadro PT2030, ainda que não se comprometa com qualquer meta.
“Queremos antecipar para 2019 o encerramento do PT2020 em termos de aprovações de projetos. Queremos comprometer todo o orçamento até ao final deste ano”, afirmou Nelson de Souza, acrescentando que ” bolo que será objeto de aprovação até ao final de 2019 será qualquer coisa como 5 mil milhões de euros”.
Relativamente a uma eventual conotação eleitoralista que possa ser associada a esse objetivo, o governante não foge à pergunta. “Qualquer medida de estímulo de economia que possa surgir agora corre o risco de ter essa leitura por parte de quem faz oposição ao Governo. Sabemos disso e são as regras do jogo”, começa por assumir, para depois lembrar que “não faz sentido ter uma grande procura por parte dos investidores e depois não aprovar os seus projetos de investimento“.
Confrontado com as críticas da oposição que falam em problemas de execução de fundos comunitários, nega a respetiva lógica. “O que é reconhecido nos meios comunitários é que Portugal é claramente daqueles que vai à frente na execução. O ranking diz respeito aos países que recebem os maiores envelopes financeiros”, salienta Nelson de Souza.
Quanto ao PT2030, e evitar um corte de 7% (1,6 mil milhões de euros) nos fundos da coesão, Nelson de Souza assume que o objetivo é mitigar ao máximo essa redução. “Vamos defender os nossos interesses até ao último dia“, assume apesar de não traçar qualquer meta nesse âmbito.