O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal defendeu hoje que o mundo rural não pode ser visto como uma “relíquia do passado” e que o grande desafio do setor é manter uma relação fluida com a sociedade.
“O mundo rural não pode ser visto como uma relíquia do passado. O seu progresso é uma condição indispensável para a sobrevivência do género humano e para a defesa do ambiente”, afirmou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, em Lisboa, no congresso que assinala os 50 anos da confederação.
O antigo embaixador assinalou que o grande desafio para o setor não é apenas produzir mais e melhor, ser competitivo e aproveitar as oportunidades, mas manter uma relação “aberta, fluida e interessada com o resto da sociedade”.
Durante a sua intervenção, Mendonça e Moura referiu também que conseguir uma sustentabilidade económica é uma condição necessária para atrair jovens para o setor.
O presidente da CAP sublinhou que o futuro do país não se constrói sem envolver todos os portugueses e, desde logo, aqueles que apostam na modernização e crescimento do setor agrícola.
Álvaro Mendonça e Moura disse que o congresso da CAP realiza-se numa “época de marcada incerteza” devido às crises e guerras, ao desmoronar de alianças “que pareciam perenes”, à natural substituição de gerações e a uma possível “rutura civilizacional, em que os valores mais profundos são contestados”.
O líder da CAP recordou a pandemia de covid-19 e o papel do mundo rural, que continuou a trabalhar, quando a maioria das atividades parou, garantindo alimentação sem falhas.
Para Mendonça e Moura esta situação deve, assim, representar um “grito de alerta” para as sociedades que se afastaram das suas raízes rurais.
Por outro lado, notou que os agricultores precisam de uma Europa forte, que respeite as regras, tradições e o percurso histórico de cada Estado-membro, “de onde brotem as ramificações escolhidas […], que não ponham em causa o tronco comum”.













































