Moçambique importou 54,5 milhões de euros em arroz nos primeiros três meses do ano, equivalente a quase 15% dos bens de consumo comprados pelo país ao exterior naquele período, segundo dados oficiais.
De acordo com dados de um relatório estatístico recente do Banco de Moçambique, entre janeiro e março deste ano, o país importou 63,1 milhões de dólares (54,5 milhões de euros) em arroz, volume que se segue ao recorde de 441 milhões de dólares (380,1 milhões de euros) em todo o ano 2024, aumentando então 38,8% face a 2023, ano em que esta importação ascendeu a 317,7 milhões de dólares (274,3 milhões de euros).
De janeiro a março, Moçambique importou 441,8 milhões de dólares (381,5 milhões de euros) em bens de consumo, representando o arroz quase 15% desse total, apenas ultrapassado pela compra de automóveis ao exterior, no valor de 84,5 milhões de dólares (72,9 milhões de euros), e de óleo alimentar, que ascendeu a 79,5 milhões de dólares (68,6 milhões de euros).
A produção moçambicana dos principais cereais recuou em 2023. A produção de milho caiu nesse ano 11%, e a de arroz desceu 34%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique (INE).
De acordo com o relatório do INE, que detalha a produção dos principais cereais em Moçambique, o país produziu 2.124.749 toneladas de milho em 2023, contra as 2.382.511 toneladas no ano anterior.
Ainda assim, trata-se de um registo acima dos anos anteriores – com exceção de 2022 -, que segundo o INE foi de 1.836.925 toneladas de milho em 2021, 1.632.321 toneladas em 2020 e 1.451.686 toneladas em 2019.
A província de Tete liderou em 2023 na produção de milho, com 501.080 toneladas, seguida de Manica, ambas no centro do país, com 398.619 toneladas.
Já a produção moçambicana de arroz caiu em 2023 para 161.829 toneladas, contra 245.792 toneladas no ano anterior. Essa produção foi ainda a mais baixa dos últimos cinco anos, segundo o histórico disponibilizado pelo INE.
A província da Zambézia, centro do país, liderou em 2023 na produção de arroz em Moçambique, 48.537 toneladas, seguida de Gaza, no sul, com 40.946 toneladas.
O relatório do INE apontava igualmente quebras na produção de outros dois cereais de referência no país, casos de mapira, que recuou 15%, para 139.553 toneladas em 2023, e de mexoeira, que caiu 32%, para 17.098 toneladas.