Moçambique emitiu três milhões de créditos de carbono do potencial de cerca de 100 milhões que tem disponíveis para comercializar nas áreas de energia, mar e florestas, anunciaram hoje as autoridades nacionais.
“Moçambique tem um potencial de cerca de 100 milhões de créditos de carbono disponíveis, mas esses créditos de carbono estão distribuídos, da análise que foi feita, atualmente, em três áreas principais, na área de energia, na área do mar e na área das florestas”, disse Luis Nhamucho, especialista em mudanças climáticas no Ministério da Agricultura, Ambientes e Pescas, durante um workshop sobre carbono azul, em Maputo.
Na área energética, o representante assinalou a possibilidade de gerar créditos de carbono em vários projetos para comercializar no mercado de carbono: “por exemplo, os projetos de energias limpas, onde agente pode implementar sistemas de painéis solares, que também podem gerar créditos de carbono”.
A mesma fonte destacou o “potencial de geração de créditos de carbono na área do mar e da água” gerados nos mangais e na parte marinha.
Segundo Nhamucho, no setor florestal, Moçambique já tem uma capacidade instalada para a geração de carbono, através da experiência adquirida no projeto da Redução de Emissões do Desmatamento, Degradação florestal e aumento das reservas de carbono (REDD+), implementada na província de Zambézia, centro do país.
“Com a implementação desse projeto, o Moçambique já conseguiu ter um financiamento de cerca de seis milhões de dólares [cinco milhões de euros], pelas ações que teve no contexto de evitar o desmatamento”, explicou, acrescentando que a ação abre também a possibilidade de geração de créditos de carbono.
Além do potencial e as áreas que são adjacentes ao potencial dos 100 milhões projetados, Nhamucho apontou que o país já teve cerca de três milhões de créditos emitidos: “dessas emissões nós temos plataformas, que são algumas plataformas internacionais que garantem o registo dessas emissões, das quais 2,4 milhões estão numa plataforma chamada Gold Standard”.
O representante elencou, entre os benefícios do mercado de carbono no setor climático, a ajuda nos financiamentos e criação de incentivos para financiar atividades de mitigação às mudanças climáticas, além de incentivar os países e as empresas a investirem em projetos que reduzem as emissões de carbono.
Em 2023, Moçambique tinha cerca de 45 milhões de créditos de carbono prontos para serem negociados, conforme anunciou a então ministra moçambicana da Terra, Ivete Maibaze.
Na altura, a governante explicou também que, para explorar o potencial do mercado de carbono, Moçambique tornou-se membro da Iniciativa Africana dos Mercados de Carbono e iniciou a elaboração de um Plano de Ativação do Mercado de Carbono, com um grupo de trabalho a dar prioridade à produção de um quadro regulamentar abrangente e propício.














































