A CNA assinala que os anúncios de medidas para a Região Demarcada do Douro, com origem no Ministério da Agricultura, não deixam de resultar da acção e luta persistentes dos viticultores durienses e da CNA.
No entanto, e apesar de, até ao momento, não se traduzirem em nada de concreto, os anúncios feitos ficam muito aquém do que a Região necessita para resolver a sua crise prolongada e levantam sérias inquietações.
A CNA considera que o montante de 13 milhões de euros é insuficiente para compensar devidamente os viticultores pela perda de rendimento gerada pelos problemas de escoamento das uvas, e pelo seu baixo preço. Por outro lado, impõe-se que a medida chegue prioritariamente a quem mais dela necessita, ou seja, aos pequenos e médios viticultores, o que implica que sejam definidos critérios de atribuição das ajudas que limitem o número de hectares a apoiar por produtor.
Consideramos ainda que a perspectiva de promover o arranque da vinha na Região Demarcada do Douro não é mais do que validar e aprofundar a concentração da terra, da produção, e do poder de mercado que já hoje se verifica, e que está na origem dos problemas que assolam a Região e os viticultores.
Para além de um favorecimento ainda maior das grandes casas comercializadoras e exportadoras, tal intenção significaria o aumento da desertificação humana e do desemprego na região, colocando em causa o património económico, social, ambiental e cultural que a Região representa.
Para resolver a crise da região, o que é necessário e urgente é tomar medidas para garantir rendimentos dignos aos viticultores, o que passa por, entre outras medidas, proibir a compra de uvas abaixo dos custos de produção, implementar a obrigação de a aguardente usada no Vinho do Porto ter origem prioritariamente regional, e dar poderes à Casa do Douro para gerir e estabilizar stocks.
Fonte: CNA