Enquanto António Costa anunciava um cheque de 240 euros para os mais pobres dos mais pobres fazerem face a oito meses de inflação galopante, deixando os outros 9 milhões de portugueses a fazer contas a quantos furos têm de apertar no cinto, aqui ao lado, o seu amigo Pedro Sánchez apresentava um pacote adicional de 10 mil milhões para aplacar os efeitos da subida de preços na carteira dos cidadãos espanhóis. Só o valor das novas medidas é mais do triplo do total aprovado no Terreiro do Paço para ajudar os portugueses em 2022 inteiro, mas o que merece nota é uma medida muito específica: o governo espanhol decidiu prescindir de toda a receita de IVA em bens de primeira necessidade e reduzir a taxa em outros.
Conhecendo o efeito destrutivo da inflação e tendo uma economia como a espanhola margem de manobra, Madrid desenhou um plano de apoios que passa sobretudo pela sua coleta fiscal, não cobrando certos impostos durante seis meses. Pão e farinhas, leite, queijo e ovos, fruta e legumes, batatas e cereais são alguns dos produtos que passam […]