A Região de Leiria vai ter até julho mais duas torres de videovigilância florestal, passando a 11 no total, o que vai permitir cobrir 85% do território, revelou a Comunidade Intermunicipal.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós. Ocupa uma área de cerca de 2.500 quilómetros quadrados.
Numa informação enviada à agência Lusa, a CIMRL refere que as duas novas torres, localizadas nos concelhos de Pedrógão Grande e Porto de Mós, integram o contrato de alargamento das capacidades do Sistema de Videovigilância e Deteção Automática de Incêndios Florestais da Região de Leiria, assinado em janeiro e com prazo de execução de oito meses.
Este sistema de videovigilância entrou em funcionamento em junho de 2018 e a deteção automática de incêndios florestais em maio de 2019.
É atualmente composto por nove torres, instaladas em “locais estratégicos”, sendo que duas torres – Figueiró dos Vinhos e Pombal – “são construções de raiz”, enquanto as restantes aproveitam instalações existentes. Estas estão situadas em Alvaiázere, Batalha, Castanheira de Pera, Leiria, Marinha Grande, Pombal/Guia e Porto de Mós.
“Estas nove torres cobrem 75% da Região de Leiria”, explica a CIMRL. Cada torre tem incorporada duas câmaras, complementares, sendo que uma faz a deteção automática de incêndios e a outra o acompanhamento das ocorrências.
As imagens são rececionadas pela GNR de Leiria e Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria, através de dois centros de Gestão e Controlo. A CIMRL precisa que “o sistema é gerido pela GNR de Leiria”, sendo utilizadores, além desta organização de segurança, o CDOS.
“O sistema constitui uma mais-valia a vários níveis. A deteção automática de incêndios florestais permite auxiliar a GNR de Leiria na sua missão de vigilância florestal”, realça a CIMRL, referindo que “assim que o sistema deteta uma coluna de fumo é gerado um alerta” nos centros de Gestão e Controlo, “o que contribui para a deteção o mais precoce possível do incêndio”.
Por outro lado, “a videovigilância permite o acompanhamento e monitorização das ocorrências, auxiliando a missão do CDOS”, salienta a Comunidade Intermunicipal, sustentando que, “através das imagens que o sistema está a gerar em tempo real, é possível um acompanhamento e monitorização permanente da ocorrência”, o que contribui “para uma tomada de decisão operacional mais eficiente”.
A CIMRL acrescenta que no âmbito do contrato de alargamento do Sistema de Videovigilância e Deteção Automática de Incêndios Florestais da Região de Leiria já foi concluída a “expansão do Centro de Controlo e Gestão do CDOS de Leiria”, disponibilizando um ‘videowall’ de maiores dimensões.
Também neste contrato está o sistema de vigilância móvel, que inclui dois ‘drones’ (aeronave não tripulada), sendo que um fica a cargo da GNR e outro do CDOS. Contempla, igualmente, duas torres móveis, a dividir por estas entidades.
Estas torres, com câmaras acopladas, podem ser mobilizadas para zonas sombra, onde não existe cobertura do sistema fixo devido às condições de relevo ou para outras zonas onde possam ser úteis, nomeadamente para um teatro de operações. Dispõem de um suporte mecânico que permite a sua elevação até cinco metros de altura, transmitindo imagens em tempo real para os centros de Controlo e Gestão.
Todo o sistema vai poder ser gerido nas salas da GNR e do CDOS ou em dois centros móveis, dado estar em curso a instalação de equipamento em duas viaturas, uma afeta ao CDOS e outra à GNR, que inclui computadores e ecrãs, para o trabalho de gestão das ocorrências florestais. Este investimento entrará em funcionamento em julho.
À agência Lusa, o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, que é responsável pelo pelouro da Proteção Civil na CIMRL, explicou que todo o investimento é superior a um milhão de euros, financiado por fundos comunitários do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos.
Jorge Vala reconheceu que “os incêndios de 2017 abriram uma nova frente de grande preocupação, que é a prevenção”, destacando que, como este sistema possui automatismos de deteção, consegue-se “ter na primeira intervenção muito mais eficácia” e, consequentemente, menos danos.
De acordo com o autarca, “os meios são acionados com maior rapidez, para que o combate seja conseguido a partir do momento imediato do foco de incêndio”.
“Há 15% do território que não é coberto pelas torres de videovigilância florestal, pelo que é completado pelas torres de vigia, com a presença de recursos humanos”, esclareceu ainda Jorge Vala.