O município da Pampilhosa da Serra, no interior do distrito de Coimbra, aprovou a devolução integral do valor da fatura da água aos habitantes de 19 aldeias afetadas pelos incêndios ocorridos entre os dias 14 e 21.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o município explicou que a medida, aprovada por unanimidade em reunião camarária, “prevê a devolução do valor total da fatura de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos, correspondente ao período em causa, para todos os consumidores de 19 aldeias” das freguesias de Fajão-Vidual, Unhais-o-Velho, Janeiro de Baixo e Dornelas do Zêzere.
A decisão abrange as localidades de Adurão, Aradas, Camba, Carregal, Covanca, Dornelas do Zêzere, Esteiro, Machial, Machialinho, Meãs, Pisão, Portas do Souto, Portela de Unhais, Porto da Balsa, Porto de Vacas, Póvoa da Raposeira, Selada da Porta, Seladinhas e Unhais-o-Velho.
Citado na nota, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, considerou ser “da mais elementar justiça apoiar quem largou tudo para ajudar a combater o fogo e a proteger as suas casas e aldeias”.
“As nossas gentes arregaçaram as mangas e foram autênticas guerreiras, sendo que esta decisão pretende aliviar os custos associados a essa atitude inexcedível”, argumentou o autarca.
O município esclareceu que os munícipes abrangidos deverão fazer chegar a fatura da água à Câmara Municipal ou Juntas de Freguesia, seguindo-se uma validação dos pedidos por parte da autarquia.
Depois, a Câmara Municipal “assegurará, junto da APIN – Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior, [concessionária de água e saneamento] a quitação imediata das faturas abrangidas”.
O valor das faturas será assim “suportado pela autarquia, a título indemnizatório”.
“Este apoio surge em reconhecimento da coragem e solidariedade demonstrada por muitos munícipes, que utilizaram os seus próprios recursos, nomeadamente água do abastecimento público, para proteger casas, património e florestas, ajudando também no combate às chamas”, observou o município da Pampilhosa da Serra.
Acrescentou que a medida resultou de uma decisão concertada com os municípios de Góis e Lousã “que, em conjunto, enfrentaram recentemente a mesma tragédia e reconheceram a necessidade de aliviar o peso financeiro das populações, nesta situação de particular exigência”.
O incêndio florestal que deflagrou na madrugada de dia 13 na freguesia do Piódão, em Arganil, lavrou durante 11 dias e consumiu 64 mil hectares, a maior área de sempre.
As chamas estenderam-se aos municípios da Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Covilhã e Fundão (distrito de Castelo Branco).