A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, destacou hoje em Sardoal, no âmbito da apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2025, “o reforço” operacional e uma “maior coordenação nos meios” a nível nacional.
No final da apresentação do DECIR 2025, sessão que decorreu no Centro Cultural de Sardoal, no distrito de Santarém, a ministra afirmou que “há um reforço e uma maior coordenação nos meios para este verão”.
Margarida Blasco salientou também o reforço de cinco milhões de euros no financiamento aos bombeiros e a importância do trabalho de proximidade desenvolvido pelos autarcas, tendo deixado apelos à população no âmbito da proteção, prevenção e segurança.
“Eu queria deixar esta mensagem aos portugueses. Nós estamos a ter uma semana com temperaturas muito elevadas, que elevou o grau de risco de incêndio rural. E aquilo que eu pedi aos portugueses é que, como a Proteção Civil comunicou ontem, que procedessem de acordo com todas as indicações de prevenção e de adequação a este tempo de elevadas temperaturas”, apelou, tendo assegurado o “estado de prontidão” da proteção civil.
“Neste momento, a ANEPC tem cerca de 8.900 operacionais no terreno, em estado de prontidão, acompanhados de cerca de 3.000 viaturas e de 33 meios aéreos”, afirmou a governante.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os operacionais envolvidos no combate aos incêndios rurais vão aumentar no total ligeiramente este ano, estando previstos para os meses considerados mais críticos 15.024 elementos (contra 14.155 em 2024), com o dispositivo a contar com mais quatro meios aéreos, num total de 76, contra os 72 meios aéreos do DECIR do ano passado.
“Há, efetivamente, mais meios. Mas, se esses meios não estiverem coordenados e se não houver um planeamento ao segundo, não importa que os haja”, observou a ministra, destacando um “programa com mais coordenação e, sobretudo, com um comando e com uma definição muito mais (…) fácil de transmissão das situações no terreno”.
Por sua vez, o presidente da ANEPC afirmou que o DECIR é “estável, robusto e está consolidado em 20 anos de trabalho” da Proteção Civil.
“Há aqui um aumento marginal de meios, nomeadamente na questão dos meios aéreos e nos meios terrestres. Importa dizer que, de facto, a Diretiva Operacional Nacional não é valorizada por termos marginalmente mais um meio, seja um meio terrestre ou mais um bombeiro ou mais um operacional. O que interessa, de facto, é a forma como ela está concertada no seu todo e a forma como consegue envolver todos os agentes da Proteção Civil. Esse é o nosso grande objetivo”, afirmou José Manuel Moura.
Questionado sobre os números envolvidos no dispositivo, José Manuel Moura disse que na fase mais crítica do sistema “são óbvios os reforços”.
O dispositivo assenta num conceito e premissas que se vão manter, como “o pré-posicionamento e mobilização preventiva de meios”, a “monitorização permanente”, uma “deteção precoce”, o “despacho imediato e musculado de meios” e a “avaliação contínua”.
Na apresentação do DECIR, o comandante operacional nacional, Mário Silvestre, apontou ainda “melhorias” no dispositivo relativamente a 2024, como a “revisão conceptual das ações de treino operacional para as equipas de posto de comando” e da “estrutura operacional da ANPEC”, a “formação especializada em operações com máquina de rasto”, a “proximidade e reforço de sinergias com o patamar municipal”, a “utilização de caldas retardantes em meios aéreos”, a “otimização de recolha de dados aéreos através de imagens multiespectrais” e a “digitalização dos processos associados ao Posto de Comando Operacional”, entre outras.
Segundo O DECIR, o dispositivo terrestre em “nível reforçado”, entre 01 de julho e 30 de setembro, contará “em permanência” com 11.161 operacionais de 2.293 equipas e 2.417 viaturas, número que poderá aumentar em 24 horas para 15.024 operacionais de 2.567 equipas e 3.411 viaturas.
O DECIR prevê ainda a mobilização de meios adicionais para responder a situações mais graves.