O investimento em prevenção e combate aos fogos rurais duplicou nos últimos três anos, passando de 143 milhões de euros em 2017 para 289 milhões em 2020, indicam números oficiais hoje divulgados.
Segundo um balanço hoje divulgado pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), excluindo encargos diretos das autarquias e privados, do investimento de 143 milhões de euros em 2017 apenas 20% foi gasto em prevenção, enquanto em 2020 dos 289 milhões 45% foram para prevenção.
No balanço lembra-se também os mecanismos de apoio a queimas e queimadas, que foram criados para reduzir ignições, nomeadamente através de apoio aos pastores, tendo aderido 43.
Foi também criada uma linha telefónica (808200520), que registou 168.000 chamadas no ano passado (mais 140% em relação ao ano anterior), e foi criada ainda uma plataforma digital.
“É de realçar o patrulhamento por militares na vigilância das florestas e a sensibilização da população (3.052 patrulhas em 2020), registando-se, no último ano, 6.257 autos, 4.892 crimes e 51 detidos por crime de incêndio florestal. Foram ainda realizadas 4.172 ações de sensibilização de proximidade pela GNR, com impacto em 60.622 pessoas, e lançada a Campanha Nacional Portugal Chama”, sobre limpeza de vegetação, aldeias seguras e comportamentos de risco, refere a AGIF em comunicado.
Para implementar uma gestão de combustível em locais de risco foram identificadas freguesias prioritárias e com probabilidades de incêndios em áreas superiores a 250 hectares. De 2018 a 2020 foram tratados, segundo os números divulgados pela AGIF, 168.662 hectares, “e, em 2020, foram executados 73.833 hectares de gestão de combustível (mais 14% do que em 2019)”.
No documento realça-se que nos últimos três anos foram reduzidos para metade o número de incêndios e a área ardida, com 9.690 incêndios em 2020, dos quais resultaram 67.000 hectares de área ardida. Comparando com os 10 anos anteriores (2008-2017) houve uma redução de 56% no número de incêndios e de 64% na área ardida.
“Após 2017, registou-se também uma tendência significativa de diminuição da perda de vidas relacionada com os incêndios rurais”, diz a AGIF.
A instituição acrescenta que das medidas aprovadas pelo Governo em 2018 para combate aos incêndios rurais foram implementadas 89%.
A AGIF salienta também que na proteção das populações foram aprovados mais de 90% dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, e que foi reforçada a rede de comunicações SIRESP e os meios aéreos, terrestres e humanos de combate aos fogos. A coordenação operacional de combate também foi reforçada.
“Apesar do esforço realizado no curto prazo e de medidas de maior fôlego tomadas, há ainda um caminho a percorrer nos próximos 10 anos para assegurar que Portugal está protegido de incêndios graves, como determina a visão do Plano Nacional de Gestão integrada de fogos rurais a atingir através do programa nacional de ação 2020 – 2030”, diz-se no comunicado.