Uma associação do concelho de Redondo, distrito de Évora, lançou uma campanha de angariação de fundos para a compra de plantas e sementes com vista a reflorestar as zonas devastadas pelos incêndios deste ano, foi hoje revelado.
Denominada “Portugal + verde”, a campanha foi lançada pela Terras D’Ossa – Associação de Desenvolvimento Local, com sede na Aldeia da Serra, no concelho de Redondo, e vai decorrer ao longo dos próximos meses.
“Queremos angariar fundos para a compra de plantas e sementes e também vamos recolher sementes para que possam ser entregues a associações e a juntas de freguesia das áreas ardidas”, realçou hoje à agência Lusa Domingos Madruga, da direção da associação.
Segundo o responsável, as doações podem ser feitas para a conta da Terras D’Ossa através do seguinte IBAN (International Bank Account Number, em português Número Internacional da Conta Bancária) PT50004561864033220994145.
Outra forma de os interessados contribuírem é, em vez de fazerem um donativo, tornarem-se sócios da Terras D’Ossa, com o valor da quota paga a reverter integralmente para esta campanha.
Domingos Madruga referiu que o biólogo da associação já está a fazer um levantamento das associações e juntas de freguesia nas áreas ardidas que estão disponíveis para receber as plantas e sementes adquiridas e das espécies a comprar.
“Não queremos entregar o dinheiro, queremos comprar as plantas em viveiros locais e ao ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] e as sementes têm que ser naturais de marcas certificadas portuguesas”, assinalou.
Em simultâneo, elementos da Terras D’Ossa vão recolher em vários locais do Alentejo, no próximo outono, sementes de sobreiro, azinheira, freixo, carvalho português e carvalho negral para enviar também para as entidades interessadas.
A associação, de acordo com este dirigente, traçou como objetivo mínimo a angariação de mil euros, montante que já daria para a compra de cerca de 600 plantas.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.