A Câmara de Águeda está a concertar com as populações alargar as faixas de proteção às habitações, no âmbito de um plano de ação de prevenção realizado após os incêndios que assolaram o município em setembro, foi hoje anunciado.
O presidente da Câmara, Jorge Almeida, que deu hoje a conhecer a um grupo de deputados do PSD a estratégia de alargamento das faixas de proteção às habitações face aos incêndios, explicou que este plano está a ser concertado com as populações.
A ideia é definir faixas de proteção de 200 metros às habitações e substituir eucaliptos por espécies autóctones.
O alargamento das faixas de proteção faz parte de um plano de ação de prevenção após os incêndios, que foi apresentado numa sessão pública, na antiga Escola Primária do Salgueiro.
Segundo o autarca, foram definidos alguns critérios de atuação, nomeadamente o corte de eucaliptos e sua substituição por sobreiros e carvalhos, com o consentimento dos proprietários.
“O modelo proposto pelo Município baseia-se na participação de todos, numa ação colaborativa e consensual, porque este é um assunto de todos e envolve todos”, disse.
Cada aldeia terá dois “elementos de ligação” para colaborar com os técnicos, tendo sido definida já uma área de 200 metros do perímetro urbano, criando uma malha de defesa, nas aldeias da Cadaveira, Gandra, Moutedo, Salgueiro, Samouca, Redonda, Moita, Alombada e Chãs.
A Câmara de Águeda, no distrito de Aveiro, disponibiliza-se para cortar as árvores, deixar o material lenhoso para uso dos proprietários e ajudar na substituição das espécies de árvores, conforme explicou Jorge Almeida.
“A proposta municipal é para que as pessoas mudem a cultura dos seus terrenos e seja aumentada a faixa de proteção das zonas urbanas”, descreveu.
O autarca considera que, com a estratégia seguida, “o Município está a dar o exemplo e a dotar as aldeias da capacidade de autodefesa, para que as populações se sintam mais seguras, dentro de suas casas”.
O incêndio que fustigou o concelho de Águeda em setembro causou prejuízos de 43,5 milhões de euros, dos quais 35 milhões estão relacionados com a floresta, informou na semana passada aquela autarquia do distrito de Aveiro.
Segundo dados da Câmara, o prejuízo total decorrente do incêndio que ocorreu neste município entre 16 e 19 de setembro é de 43.549.440,74 euros.
A maior fatia deste valor advém da floresta, com 8.500 hectares de área ardida, e contabiliza 35,3 milhões de euros.