Quase dois meses depois da primeira intempérie da primavera, os agricultores continuam desanimados e a fazer contas à vida.
No dia 31 de maio deste ano, 20 minutos de trovoada com granizo intenso provocaram avultados prejuízos em dezenas de hectares de vinha na Região Demarcada do Douro. Duas semanas depois a intempérie repetiu-se e destruiu por completo alguma esperança que ainda restasse aos viticultores. Quase dois meses volvidos e depois de terem efetuado tratamentos para, pelo menos, salvar as videiras, o desespero não esmoreceu.
Maria de Lurdes e Mário Aires percorrem uma vinha na Galafura, concelho de Peso da Régua. Arrancam às videiras o que deviam ser cachos de uvas. Mas elas já lá não estão. “Vê aqui alguma coisa? Os cachos estavam já grandinhos e ficaram sem nada. Ficou tudo no chão. Não vale a pena vindimar, porque não dá nada. É uma calamidade”, lastima Maria.
A sorte, dela e do marido, já entrados na casa dos 70 anos, é que têm outras vinhas menos afetadas, que hão de dar para garantir uma parte […]