Os últimos anos ficaram marcados pelo crescimento do número de hortas urbanas espalhadas de norte a sul do país. Os meios urbanos abriram as portas a estes pequenos espaços de cultivo biológico e a adesão tem sido tal que até suscita listas de espera.
“Olha só o tamanho destas alfaces! Plantei tantas que dei mais de 2000 a familiares e amigos”. “E estes tomates coração de boi, já os viste bem?”. “Só isso e as framboesas têm sido o meu lanche todos os dias”. Podiam ser diálogos escutados num campo agrícola numa qualquer zona rural do país. Mas, não, ouviu-os o JN Urbano na freguesia de Campanhã, das maiores do Porto, mais de 30 mil habitantes, em plena Horta da Oliveira, uma das 13 hortas municipais espalhadas pela cidade, num projeto conjunto que envolve também a Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto. Gilberto Branco, Fernando Barrias, Fernando Monteiro, Manuel Carvalho e José Ilídio Pinto trocam impressões sobre o que produzem. De legumes a frutos silvestres, de flores a tubérculos, quase tudo ali nasce graças ao trabalho e dedicação destes cidadãos reformados que encontraram no horto uma nova forma de encarar a vida.
“Mantém-nos ocupados e cria espírito de família. Além de consumirmos o que plantamos, com outra qualidade, bem superior ao que se compra nos supermercados”, garantem sem ponta de hesitação. […]