A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro presidiram esta terça-feira à 9.ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, para fazer um ponto da situação relativo à situação meteorológica, hidrológica, hidroagrícola e das culturas e abeberamento animal, bem como uma avaliação das situações críticas.
Chuva dos próximos dias “não é suficiente” para mudar situação de seca
Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, começa por dizer que 66% do país está em seca extrema e que a chuva prevista para os próximos dias “não é suficiente” para alterar a situação. No que toca à agricultura, das 44 albufeiras monitorizadas, 37 “apresentam níveis de armazenamento que asseguram campanha de regra para 2022”, assegurou a governante. “Há sete albufeiras que apresentam, limitações”, disse a ministra
37 barragens seguem planos de contingência
Maria do Céu Antunes refere que o facto de 37 albufeiras assegurarem a campanha de rega para este ano acontece devido ao aproveitamento hidroagrícola que segue planos de contingência, estando o seu uso a ser feito “de forma muito criteriosa”.
Há, no entanto, sete barragens (no Norte, Algarve e no Alentejo) que apresentam limitações. Na Bravura, por exemplo, o uso é “estritamente público” e onde foram reabilitados dois furos. Relativamente ao Mira, “houve uma limitação grande do ponto de vista da regra”, com, impacto “grande” na produção agrícola.
Na barragem de Santa Clara, foi feito um “rebaixamento da quota” para criar condições para o abastecimento público e para a regra, uma imposição que implica um investimento futuro que é “determinante”, seja por via da construção de uma elevatória, de seis milhões de euros, cujo processo está em concurso público, seja através de “15 milhões do PDR2020 para melhorar a eficiência hídrica naquele canal” onde podemos vir a reduzir, do ponto de vista agrícola, os consumos em 35%.
As albufeiras de Campilhas e Fonte Serne não estão a ser usadas para rega. Já a Monte da Rocha está a ser usada para a agricultura, mas essencialmente para o abastecimento público. “Queremos criar condições para ter uma nova infraestrutura que resolva o problema do Monte da Rocha tanto para o abastecimento público como para a agricultura”, disse a ministra, referindo-se a um investimento de 50 milhões de euros que “está previsto no programa nacional de regadio”.
Nas duas barragens do Norte com limitações há também restrições à rega “para permitir o abastecimento público”.
“Com uso eficiente da água, e com os planos de contingência, conseguimos assegurar a campanha de rega para 2022, conseguimos ajudar a criar uma condição de conjunto para o abastecimento público, para as culturas que são permanentes e que queremos que sobrevivam”, afirmou Maria do Céu Antunes. […]