O Governo criou um grupo de trabalho, liderado pelo presidente do Grupo Águas de Portugal, que vai delinear a estratégia do país para a gestão, armazenamento e distribuição eficiente da água.
Em 22 de maio, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já tinha anunciado, em Faro, a iniciativa interministerial “Água que nos une”, que vai desenhar a nova estratégia da água.
“O Governo decidiu criar um grupo de trabalho que, guiado por uma visão multissetorial, irá concluir essa iniciativa até ao fim de 2024, dando origem a um quadro estratégico de desenvolvimento de soluções e potenciais fontes de financiamento público”, lê-se num comunicado conjunto dos ministérios do Ambiente e da Agricultura.
Entre estas soluções está o Plano Nacional da Água e uma rede interligada para o armazenamento e a distribuição eficiente de água para a agricultura, que se vai chamar REGA.
O grupo de trabalho, que vai ser liderado pelo presidente do Grupo Águas de Portugal, António Carmona Rodrigues, está encarregue de delinear a estratégia do país para a gestão, armazenamento e distribuição eficiente da água.
Na sua composição estará ainda um membro do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o diretor-geral da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e o presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
“Esta cooperação interministerial na gestão dos recursos hídricos portugueses visa promover uma conservação ambiental mais eficaz, uma maior segurança alimentar e um desenvolvimento económico sustentável”, apontou, citada na mesma nota, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
A ministra disse ainda acreditar que a estratégia “Água que nos une” trará a possibilidade de infraestruturas conjuntas e tecnologia avançada, para além de consciencializar a sociedade quanto ao consumo de água.
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, defendeu ser urgente avançar com investimentos para o armazenamento e distribuição da água.
“Vamos construir uma rede interligada e eficiente de água para a agricultura. Não podemos perder tempo, nem oportunidades, como lamentavelmente aconteceu com o Governo de António Costa, que dispensou 8.300 milhões de euros na vertente dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência”, rematou.
Na semana passada, no âmbito da visita à Feira Nacional da Agricultura, Luís Montenegro já tinha anunciado que o Governo ia aprovar, em Conselho de Ministros, na sexta-feira, a iniciativa.
“Este é um projeto de planeamento estratégico deste recurso, potenciando o seu armazenamento, a sua boa utilização e a sua conciliação entre todas as formas de utilização, seja para a agricultura, para o turismo ou para o consumo humano”, explicou na altura.
Montenegro destacou ainda a colaboração que tem havido entre o Ministério da Agricultura e das Pescas e o Ministério do Ambiente e da Energia, referindo que “na união de esforços entre estes dois ministérios nascem estratégias que vão resolver os reais problemas das pessoas”.