A cultura intensiva foi um dos temas que abriu mais uma “guerra” entre a líder do PAN, Inês Sousa Real, e o secretário-geral da CAP, Luís Mira. Recorde as duas entrevistas dadas ao i sobre esta questão e muitas outras.
Luís Mira
“A questão da cultura intensiva é igual à do chef e do cozinheiro. Ninguém quer ser cozinheiro, quer ser chef. É uma questão linguística. O PAN – e não é só o PAN – não tem conhecimentos científicos para fazer essas críticas. Os partidos políticos que atacam esse tipo de culturas não têm qualquer conhecimento técnico e científico sobre o que estão a falar”. A garantia foi dada ao i pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), numa entrevista publicada a 9 de outubro.
O responsável também teceu duras críticas em relação às acusações do PAN sobre a exploração das estufas em Odemira. “Quais questões polémicas? As pessoas do PAN também comem tomate cherry e acham que o tomate cherry vem de aonde? Vem das hortas de Lisboa ou vem das estufas de Odemira? Não posso defender uma coisa e não saber o que estou a defender. Então eles que são vegans pensam que o tomate, os pepinos, as beringelas vêm de onde? Há aqui coisas em que é preciso sermos coerentes”, referiu.
Luís Mira disse, na mesma altura, que as estufas são talvez do sistema produtivo mais eficiente em termos de gestão de água, de recursos que pode existir, porque aquilo é fechado. “Dentro de uma estufa praticamente não ponho agroquímico nenhum, porque controlo a temperatura, a humidade, o solo. A água que lá ponho utilizo-a toda e a que não utilizo reciclo. Há alguma coisa mais eficiente ambientalmente do que isto? Então digam-me onde é que é para ir ver, porque não conheço”.
E não deixou margens para dúvidas nessa matéria: “Há aqui uma questão ideológica. A esquerda é contra tudo o que sejam empresas e negócios estruturados. Em Odemira, a grande base são empresas, algumas multinacionais que se instalaram ali há 15 ou 20 anos e que têm o seu negócio estruturado e que rendem à economia nacional 200 milhões de euros por ano em exportações”.
Na mesma entrevista quando questionado sobre a acusação do PAN em fazer lobby no Parlamento, disse apenas: “A CAP representa o lobby da agricultura com muita honra, tanto aqui como em Bruxelas. […]