O centro histórico de Torres Novas recebe de 02 a 05 de outubro a Feira Nacional dos Frutos Secos com 80 expositores e produtores de figo, com o município a destacar a aposta continuada na valorização do setor.
Em comunicado, a autarquia refere que o evento, que cumpre a sua 38.ª edição, pretende afirmar Torres Novas como “capital dos frutos secos”, conjugando “tradição e inovação”, promovendo o setor “preservando saberes locais” e destacando o figo preto de Torres Novas como produto diferenciador de identidade local.
Promovido pelo município de Torres Novas, no distrito de Santarém, o certame vai decorrer na Praça 05 de Outubro e na Praça dos Claras e contará com cerca de 80 expositores de frutos secos e derivados, artesanato, produtos alimentares, além de área de restauração e um programa de animação ao longo dos quatro dias.
“Este é um evento de cariz tradicional, que espelha uma aliança entre a tradição e a inovação, conjugando objetivos de diferenciação e de qualidade, de transmissão de conhecimento e de envolvimento da comunidade torrejana e dos visitantes”, destaca a autarquia.
Este é um setor de produção com forte tradição em Torres Novas e os produtores locais encaram a feira com “expectativas positivas”, tanto pela divulgação e valorização do produto, como pela sua comercialização.
Michelle Rosa, da associação Go Figo, que reúne 11 produtores de Torres Novas, afirmou à Lusa que o certame tem desempenhado um “papel crucial na valorização e dinamização” da atividade, registando uma “clara evolução” desde 2012, primeiro ano em que participou.
“Estamos numa terra onde a cultura da figueira está completamente adaptada, com um microclima e solos calcários que permitem produzir um figo único no mundo: o preto de Torres Novas”, declarou.
A produtora, que detém a marca ‘Doce Terra’, lembrou, no entanto, a necessidade de avançar com uma certificação de origem que garanta “maior proteção e valorização comercial”.
A Go Figo, agrupamento de 11 produtores fundado em 2020, já iniciou o processo com a criação da marca coletiva “Figo de Torres Novas”, tendo a empresária indicado que “as coisas levam o seu tempo” e que o objetivo persiste.
Em termos de oferta dos produtores torrejanos, e “apesar da crescente procura, a produção ainda não é suficiente” para a resposta aos pedidos, notou.
“Nunca chega o figo, seja preto ou pingo de mel”, disse Michelle Rosa, defendendo “preços justos para manter a qualidade e a sustentabilidade” do setor.
A produtora lembrou ainda que o figo exige muita mão-de-obra, já que, indicou, “para um quilo de figo seco são precisos 3,5 quilos de figo fresco, que passam mais de dez vezes pela mão até chegar ao consumidor”.
Além de apostar na produção em cerca de 15 hectares, a Go Figo trabalha em parceria com laboratórios para aprofundar os benefícios nutricionais do figo, considerado um “superalimento rico em fibras e antioxidantes”.
Para esta edição da feira, Michelle Rosa diz que os visitantes “devem procurar a banca dos produtores, provar figos novos e distinguir a qualidade”.
Além dos espaços dedicados aos frutos secos e derivados, o certame inclui áreas de artesanato, produtos alimentares, restauração e animação.