[Fonte: Correio Alentejano]
O presidente da ACOS – Agricultores do Sul está preocupado com as diferentes limitações que estão a ser colocadas ao investimento no sector e com os atrasos registados na análise de candidaturas para financiamento de projectos apresentados pelas explorações agrícolas.
“Um dos problemas sérios que temos em termos do investimento são os projectos que se candidataram durante o período 2015/2016, para os quais não há garantia de financiamento”, revelou Rui Garrido, adiantado que “os concursos tinham dotações limitadas e, se entram projectos que excedem a dotação, transitam para o concurso seguinte, mas sem garantia de aprovação”.
Rui Garrido explica ao “CA” que, “sobretudo quando se trata de instalação de culturas permanentes”, como um olival ou amendoal, por exemplo, os agricultores “não conseguem ficar tanto tempo à espera”.
“Só nesta altura estão a ser analisados projectos que entraram no último trimestre de 2015, o que é muito tempo para quem tem compromissos”, destaca o presidente da ACOS, admitindo, contudo, que “ultimamente” foi possível que “algumas coisas fossem melhoradas”. “Mas outras não”, avisa.
O dirigente agrícola esclarece que o problema se coloca quando é necessário “pôr no terreno” o respectivo investimento e os apoios não são concretizados.
“Ou seja, quer queira quer não, o agricultor é obrigado a iniciar o investimento e, depois de ter feito a encomenda das plantas, elas vêm e, mesmo que os projectos não estejam aprovados ou nem sequer analisados, têm que ser plantadas”, explica.
Sem se deter, Rui Garrido garante que esta situação “já está a gerar problemas, levando os agricultores a terem que fazer empréstimos bancários e a assumirem compromissos”. Uma realidade que preocupa o líder da ACOS, que também não esconde o seu desencanto com o facto de, durante o ano de 2016, não terem havido mais concursos no Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) 2020.
“Temos a garantia que vai haver novas aberturas de concursos e que vai haver algum apoio, mas, uma vez que o dinheiro é escasso, o nível de apoios ao investimento baixou bastante e as ajudas directas estão limitadas a 700 mil euros, o que é bastante limitativa para quem quer reestruturar uma exploração de sequeiro para regadio com as dimensões que temos na região”, esclarece Rui Garrido.
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