[Fonte: Jornal Sudoeste] O presidente da Câmara de Santiago do Cacém está preocupado com as necessidades de água para o sector agrícola no concelho, lembrando que existem “mais de 3700 hectares não foram cultivados” devido à falta de água.
As preocupações de Álvaro Beijinha foram manifestadas no final da passada semana ao ministro do Ambiente e Transição Energética, João Matos Fernandes, que esteve em Alvalade a visitar obras da responsabilidade da Águas Públicas do Alentejo.
Na ocasião, o autarca sublinhou que as duas barragens no concelho, Campilhas e Fonte Cerne, “estão com quotas de 10%, sendo esse um problema muito complicado”, nomeadamente para a agricultura.
Aludindo à empreitada, que arrancará em breve, para a criação de um emissário que vai tornar possível abastecer a barragem de Fonte Cerne através da de Morgavel, Beijinha revelou ter sido manifestada ao presidente da EDIA e da Águas de Santo André “a importância de se fazer uma ligação semelhante à barragem de Campilhas”.
A pertinência desta ligação, justificou, prende-se igualmente com o facto de estar previsto para a região de Campilhas um grande projecto turístico, na ordem dos 200 milhões de euros, sendo que para o investidor a existência de uma quota na albufeira mais elevada teria todo o interesse.
“Estando esse investidor disponível para pagar mais pelo custo da água, fazendo uma perequação relativamente aos agricultores”, vincou Álvaro Beijinha ao ministro.
Recorde-se que João Matos Fernandes visitou Alvalade no âmbito de um roteiro dedicado à água, que passou pelo concelho Santiago do Cacém e, ainda, pelos concelhos de Beja, Aljustrel e Odemira.
As intervenções visitadas nestes quatro municípios, previstas para esta região do Alentejo, totalizam um investimento de 29,2 milhões de euros no âmbito do Sistema Público de Parceria Integrado de Águas do Alentejo (SPIAA), a cargo da Águas Públicas do Alentejo, empresa detida pela Águas de Portugal e pela Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo.